Participantes de testes da Moderna e Pfizer relatam febre e cansaço

Apesar dos sintomas, voluntários defendem os ensaios clínicos com potenciais vacinas para a Covid-19 e ressaltam que comunicação dos efeitos colaterais deve ser clara
Redação01/10/2020 18h03, atualizada em 01/10/2020 18h53

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Estudos da Pfizer e da Moderna já apontaram que as doses das potenciais vacinas contra o novo coronavírus das companhias podem induzir sintomas leves a moderados de Covid-19 em pacientes. Agora, uma reportagem da CNBC traz relatos de cinco voluntários envolvidos na etapa final de testes dos imunizantes.

Os entrevistados indicaram ocorrências de febre, calafrios, dores de cabeça e cansaço após serem submetidos às vacinas. Em alguns casos, os primeiros sinais surgiram horas depois das injeções. Apesar dos desconfortos, eles defendem que a experiência se justifica diante da proteção contra a Covid-19, que já matou mais de 1 milhão de pessoas.

“Se for aprovada, ainda acho que pessoas deveriam receber a vacina”, afirmou um participante dos ensaios da Pfizer à CNBC, que preferiu não ser identificado. “E espero que todos os efeitos colaterais sejam esclarecidos com antecedência”.

Além disso, no caso da aprovação, as vacinas contra o novo coronavírus não serão as únicas a promover efeitos colaterais. O imunizante para Tétano, por exemplo, pode provocar dor no local da aplicação e febre. Como lembra a CNBC, ainda é possível que alguns dos sintomas descritos pelos voluntários estejam associados a doenças ou eventos não relacionados à Covid-19.

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Nesta terça-feira (29), a empresa norte-americana Novavax iniciou a terceira fase de testes de sua candidata a vacina contra o novo coronavírus. Imagem: JHDT Productions/Shutterstock

Febre

Luke Hutchison, biólogo computacional, de 44 anos, recebeu duas doses da candidata a vacina da Moderna. O morador de Utah, nos Estados Unidos, afirmou à CNBC que se inscreveu nos testes porque é saudável, fisicamente apto e acredita no potencial do imunizante. O participante explica que quis apoiar especificamente o projeto da farmacêutica, devido ao seu interesse em vacinas mRNA.

Após ser submetido a primeira injeção no dia 18 de agosto, Hutchison apresentou uma febre baixa por vários dias. Em 15 de setembro, ele recebeu a segunda dose. Oito horas depois estava de cama, com uma febre acima de 38 °C, calafrios, dor de cabeça, dores no local da aplicação e falta de ar.

O voluntário relatou que, doze horas depois da injeção, se sentiu recuperado e que seus níveis de energia voltaram. Ele confirmou que estava ciente que poderia apresentar sintomas leves ou moderados de Covid-19, mas que se surpreendeu com a severidade do quadro.

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Covid-19 já provocou a morte de mais de 143 mil pessoas no Brasil. Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil

Segunda dose é mais severa

Outros três participantes do teste da Moderna, que pediram anonimato, reportaram experiências semelhantes às de Hutchison. Um participante do estudo da Pfizer também disse que sintomas foram mais severos do que esperava.

Uma mulher da Carolina do Norte, que integra a pesquisa da Moderna, disse que não apresentou febre, mas sofreu com enxaqueca e cansaço. Ela afirmou que outros voluntários relataram casos parecidos em um grupo privado no Facebook, enquanto outros apontaram dores no local da injeção e febre.

“A primeira dose não é grande coisa. Mas a segunda definitivamente coloca você pra baixo durante o dia. Você precisará tirar um dia de folga após a segunda dose”, afirmou.

A fonte acrescentou ainda que vale a pena lidar com os aparentes efeitos colaterais diante da proteção contra a Covid-19. “Minha esperança é que isso [a vacina] funcione, mas também que a comunicação [sobre os efeitos colaterais] seja boa”, disse a mulher em entrevista à CNBC.

Via: CNBC

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital