Um novo estudo vem sendo conduzido por cientistas na Inglaterra e pode trazer benefícios ao mesmo tempo baratos e bem fáceis de adquirir para pacientes já infectados pela Covid-19. De acordo com informações do New York Times, pesquisadores que integram o time da Avaliação Aleatória de Terapia e Recuperação da Covid-19 (do inglês: “Randomized Evaluation of Covid-19 Therapy or Recovery trial”) estão avaliando os possíveis efeitos positivos da “aspirina” em pacientes hospitalizados pelo novo coronavírus.
Os testes não têm um prazo específico de duração, mas envolvem cerca de 2 mil voluntários em 176 hospitais espalhados pela Grã-Bretanha, e é o maior estudo voltado a tratamentos clínicos do mundo para a doença que já chegou a 50 milhões de infecções no planeta.
A aspirina é um medicamento simples e barato de se obter, e pode ser um auxílio no tratamento a pacientes infectados pelo novo coronavírus. Foto: Shane Maritch/Shutterstock
Pelo que informaram os cientistas, pacientes da COVID-19 são propensos a desenvolver coágulos sanguíneos durante o percurso da infecção, bloqueando o fluxo do sangue para os órgãos essenciais e causando problemas como infartos, derrames e outras complicações. Entretanto, o uso da aspirina (ou “ácido acetilsalicílico”) foi observado em recente pesquisa como um possível redutor do índice de coágulos, efetivamente eliminando a necessidade de internação em unidades de terapia intensiva.
Para o novo teste, os cientistas vão administrar uma dose diária de 150 miligramas (mg) de aspirina nos pacientes, observando os resultados ao longo de uma internação de 28 dias, além de avaliar a necessidade de ventilação mecânica ou, em casos mais extremos, óbitos.
“Nós não recomendamos às pessoas que tentem isso em casa”, disso o doutor Martin Landray, um dos líderes da Avaliação Aleatória, ressaltando que o efeito anticoagulante da aspirina pode causar sangramentos em excesso e até mesmo complicar hemorragias. “Estamos dizendo que há boas razões científicas de que os coágulos sejam um problema junto da COVID-19, e há boas razões para acreditar que os efeitos da aspirina nas plaquetas – as partes mais ‘pegajosas’ do sangue – pode melhorar isso”.
Os resultados preliminares deste teste devem ser divulgados até o final de janeiro de 2021.
Fonte: The New York Times