Mutação do novo coronavírus pode aumentar sua capacidade de infecção

Estudo dos EUA identificou uma densidade de espigões funcionais no vírus até cinco vezes maior devido à mutação D614G; os espigões permitem ao vírus se ligar às células e infectá-las
Fabiana Rolfini15/06/2020 14h09

20200602051807

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Uma mutação específica do novo coronavírus, batizada de D614G, pode aumentar consideravelmente sua capacidade de infectar células, segundo estudo de pesquisadores americanos do Instituto de Pesquisas Scripps Research.

A pesquisa, que está sob análise da comunidade científica, revelou que a mutação aumentou o número de “espigões” no coronavírus, parte do que lhe dá sua forma única. Estes espigões são o que permite ao vírus se ligar às células e infectá-las.

“O número – ou densidade – de espigões funcionais no vírus é 4 ou 5 vezes maior devido a esta mutação”, explicou Hyeryun Choe, um dos autores mais graduados do estudo. A análise pode explicar por que surtos iniciais em algumas partes do mundo não sobrecarregaram os sistemas de saúde tanto quanto outros surtos em Nova York e na Itália, por exemplo.

Reprodução

Novo coronavírus atacando célula humana. Foto: Instituto Oswaldo Cruz

Pesquisas anteriores mostraram que o Sars-Cov-2 está mudando e evoluindo à medida que se adapta aos hospedeiros humanos. A mutação D614G, em particular, foi assinalada como uma preocupação urgente porque parece estar emergindo como a mutação predominante.

De acordo com os cientistas, ainda não se sabe se esta mutação pequena afeta a gravidade dos sintomas das pessoas infectadas ou se aumenta a mortalidade. Por isso, mais pesquisas, incluindo estudos controlados, precisam ser feitas para confirmar suas conclusões.

Via: Reuters

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital