O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta revelou nesta sexta-feira (20) em conferência ao lado do presidente Jair Bolsonaro que o país validou o uso da cloroquina para tratamento da Covid-19. O medicamento demonstrou resultados positivos em um pequeno estudo realizado na França e poderá ser usado nos casos mais graves da doença no Brasil.
Segundo Mandetta, o país tem capacidade de produção do medicamento, e que ele já está sendo produzido para estar disponível para o tratamento da doença.
Na última semana, o medicamento foi reconhecido após um estudo realizado na França com 36 pessoas, no qual 20 receberam a hidroxicloroquina (uma variação menos tóxica da cloroquina) ou uma combinação do medicamento com o antibiótico azitromicina. Os pacientes que receberam a medicação apresentaram recuperação mais rápida do que o grupo de controle, que recebeu um tratamento convencional.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia publicado na quinta-feira (19) um alerta em seu site sobre o uso do medicamento. “Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, dizia o comunicado.
A agência também alertava contra a automedicação com o remédio, diante de um cenário em que várias pessoas começaram a correr para as farmácias para adquiri-lo, criando uma escassez da droga para pessoas que dependem dela para tratamento de outras doenças. A hidroxicloroquina já é usada no tratamento de doenças como lúpus, artrite reumática e malária.
Para controlar essa compra por pânico, a Anvisa decidiu incluir a cloroquina e a hidroxicloroquina na lista de remédios controlados, o que deve impedir a compra do medicamento sem prescrição médica. Até agora, qualquer um poderia ir para a farmácia comprar a droga livremente.
Até a quinta-feira (19), especialistas demonstravam preocupação com a euforia em torno da hidroxicloroquina. Ao Olhar Digital, o doutor Ary Serpa Neto afirmou que são necessários estudos mais amplos e profundos antes de validar o medicamento para uso no tratamento da Covid-19, pois existem casos de medicamentos que mostram bons resultados nos estudos pequenos, mas acabam refutados quando testados em maior escala. É o motivo pelo qual o Ministério da Saúde só liberou o uso nos casos mais graves
*Mais informações em instantes