Mascaras ajudam a evitar que uma pessoa contraia Covid-19, diz estudo

Quando expostas ao vírus, pessoas com máscaras recebem uma carga viral menor; com isso, tendem a desenvolver uma forma mais branda da doença, ou sequer apresentam sintomas
Rafael Rigues29/07/2020 16h26

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Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco, nos EUA, adiciona mais um argumento a favor do uso de máscaras como forma de combate à pandemia de Covid-19: elas não só impedem que uma pessoa doente transmita o vírus, como também reduzem as chances que uma pessoa saudável o contraia, ou que desenvolva uma forma severa da doença.

“Quer voltar a ter uma vida normal? Use uma máscara”, diz Monica Gandhi, professora de medicina na UCSF e chefe adjunta de divisão no programa de doenças infecciosas do San Francisco General Hospital, nos EUA e co-autora do estudo.

Máscaras reduzem a transmissão do vírus Sars-Cov-2 impedindo que as gotículas de saliva e secreções, que naturalmente expelimos quando falamos ou tossimos, se espalhem pelo ambiente. Da mesma forma, elas reduzem as chances de que estas gotículas atinjam as vias respiratórias de uma pessoa saudável. Caso estas pessoas sejam expostas, receberão uma “carga viral” (quantidade de vírus) menor.

Com isso, o organismo é capaz de combater a infecção de forma mais eficiente. O estudo de Ghandi demonstrou que quando usuários de máscaras ficam doentes, eles tendem não ter sintomas, ter sintomas leves e mais sobrevivência, em comparação às pessoas que não usam máscaras.

“Atingir as pessoas com muitos e muitos vírus ‘inunda’ ela, é a dose, diz Ghandi. “Quando você expõe um animal a uma dose maior de um vírus, ele fica mais doente”, afirma. Segundo ela, estudos com o influenza A, um vírus da gripe, mostraram que pessoas que foram expostas a uma quantidade maior do vírus ficaram mais doentes do que aquelas que receberam uma dose menor.

A professora afirma que os casos de Covid-19 em navios de Cruzeiro corroboram seu estudo. No Diamond Princess, no Japão, antes que o uso de máscaras fosse comum, 4 de cada 5 passageiros ficaram doentes.

Em um navio argentino, onde os passageiros começaram a usar máscaras assim que um deles apresentou sintomas, ocorreu o inverso: quatro em casa cinco passageiros foram assintomáticos ou tiveram uma forma leve da doença, um número notavelmente baixo.

Na República Tcheca a população foi aconselhada a usar máscaras em 23 de março. Em 11 de maio as ordens de quarentena e uso de máscaras foram rescindidas e o país voltou à normalidade, com apenas 360 mortes registradas.

“Somando tudo isso, estamos convencidos de que as máscaras protegem você, além das pessoas ao seu redor, e são a estratégia correta para comunicar às pessoas”, diz Ghandi.

Segundo ela, qualquer máscara serve, desde que seja bem rente ao rosto e confortável o suficiente para você usá-la durante o dia. “As pessoas são mais propensas a fazer as coisas quando sabem que elas também serão protegidas, além dos outros, então está é uma mensagem muito importante que deve ser disseminada”.

Fonte: Fox KVTU

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital