Depois do Maranhão, que oficialmente entrou em “lockdown” nesta terça-feira (5), outros estados decidiram implementar o bloqueio total em algumas de suas cidades. Os governos do Ceará e do Pará decidiram a favor da medida como forma de tentar frear o avanço do coronavírus.

No caso do Ceará, as novas restrições se aplicarão apenas à capital Fortaleza. Tanto o prefeito Roberto Claúdio quanto o governador Camilo Santana evitam, contudo, utilizar o termo “lockdown” para definir as medidas, caracterizando-as como “isolamento social rígido”, mas na prática não há muita diferença em relação ao que foi anunciado para o Maranhão.

Efetivamente, a partir de sexta-feira (8), serão implementadas ações de limitação de circulação de pessoas e carros como método de conter o ritmo de transmissão da Covid-19.

“Haverá restrição na circulação de pessoas e veículos em espaços públicos, como praias, praças, calçadões e parques, permitida somente com devida justificativa, como busca aos serviços essenciais. Também haverá controle nas entradas e saídas da cidade, com a fiscalização de órgãos estaduais e municipais”, afirmou Camilo Santana.

Já no Pará, a situação se estenderá para mais cidades. São 10 cidades afetadas, sendo que sete delas são da região metropolitana: Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Castanhal, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará. As outras três são Vigia, Santo Antônio do Tauá e Breves.

O bloqueio total será válido a partir da quinta-feira (7), mas ainda terá medidas de caráter educativo. Apenas a partir de domingo, o governador Hélder Barbalho prevê a aplicação de punições a quem desrespeitar as ordens.

Com as normas, os limites dos municípios devem ser fechados, e só poderão entrar veículos de transporte de produtos para abastecimento local. Estabelecimentos essenciais continuarão funcionando, como supermercados, bancos, farmácias, casas lotéricas, feiras livres e serviços de alimentação. Só será permitido que uma pessoa por família faça compras ou seja atendida por vez.

A decisão veio da situação crítica dos sistemas de saúde de ambos os estados. O Ceará tem 11.470 casos confirmados até esta terça-feira (5), com 795 óbitos, mas 96% dos leitos de UTI em Fortaleza e 94% do estado inteiro estavam ocupados. Já no Pará, que tem 4.125 casos e 330 mortes, enquanto os leitos de UTI dedicados ao tratamento da Covid-19 em adultos têm 88% de ocupação, com apenas 31 disponíveis.