Governo Federal usará dados de localização de celulares para monitorar Covid-19

Operadoras anunciaram parceria que enviará dados anonimizados ao MCTIC, que poderá usá-los para acompanhar o isolamento e possíveis aglomerações
Renato Santino02/04/2020 17h40, atualizada em 02/04/2020 18h00

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O Brasil oficialmente começará a fazer uso de dados de geolocalização para estudar e tentar conter o coronavírus. As cinco principais operadoras de telefonia móvel (Algar, Claro, Oi, TIM e Vivo) confirmaram que passaram a fornecer dados sobre a posição dos usuários ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que pode fornecer essas informações para todas as esferas do poder público.

Segundo o Sinditelebrasil, sindicato que representa as operadoras de telefonia, as informações serão transmitidas para a nuvem pública, onde serão agregados e anonimizados para que as pessoas não possam ser identificadas, seguindo as orientações do Marco Civil da Internet e da Lei Geral de Proteção de Dados. A organização também ressalta que o uso desses dados será limitado ao combate da Covid-19.

Com isso, o Brasil começa a expandir uma medida que já havia sido vista experimentalmente em algumas cidades. Em Recife, a prefeitura fechou uma parceria com a empresa In Loco, especializada em serviços de geolocalização, para obtenção de dados de GPS dos celulares, também anonimizados, que permitiriam monitorar como a população está respondendo às orientações de isolamento social, acompanhar e prever aglomerações e tendências de deslocamento. São Paulo e Rio de Janeiro também fecharam parcerias para obtenção de dados de GPS do público

O Brasil também está longe de ser o primeiro a adotar uma medida desse tipo. O maior exemplo de país que está usando esses dados de forma ostensiva é a Coreia do Sul. Por lá, quando alguém é diagnosticado com o coronavírus, o governo tenta rastrear todas as pessoas que passaram perto do paciente e as notifica com uma mensagem, o que deve levá-las a se testar. Isso tende a reduzir o número de casos assintomáticos desconhecidos.

As operadoras ainda se comprometeram a desenvolver aplicativos e casos de uso para ajudar o poder público a mapear a pandemia no Brasil. Além disso, outras empresas e universidades estão convidadas a participar, incluindo mais dados à nuvem pública ou para desenvolver outras formas de utilizar essas informações.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital