O governo de São Paulo estima que pelo menos 100 mil pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus no estado. O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, divulgou a informação nesta terça-feira (14), durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
São Paulo detém o maior número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil: são 8.895 pacientes e 608 vítimas fatais. O cálculo de Germann leva em conta a fila de aproximadamente 20 mil testes de diagnóstico da doença que aguardam confirmação.
“Pelas próprias características da Covid-19, no seu contingente total de casos confirmados, 20% irão para o atendimento hospitalar. São esses que estão testados aqui”, afirmou. “Se hoje nós temos 20 mil pessoas internadas, temos 100 mil acometidos da patologia.”, completou.
Germann ainda explicou que os outros 80% não são contabilizados por que não apresentam sintomas ou necessidades de tratamento que os levem a procurarem uma unidade de saúde e realizarem os testes de diagnóstico. Ele informou também que o estado contabiliza 1.878 pessoas internadas por conta do novo coronavírus, metade delas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Já o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, alertou para a importância do isolamento social para combater a pandemia. Segundo ele, os 80 mil possíveis infectados podem alavancar a disseminação do novo coronavírus, caso não acatem a medida.
Covas ressalta que se o isolamento for flexibilizado, pode ocorrer um aumento no ritmo de crescimento de casos confirmados da doença nas próximas duas semanas.
Para o gestor público, a subnotificação existe e vai existir em todos os países do mundo. É preciso, no entanto, “adiantar os testes para ter uma visão da realidade”. Com isso, seria possível desenvolver projeções mais exatas da evolução da doença e, assim, adotar medidas adequadas para evitar o colapso do sistema de saúde do estado.
Testes
De acordo com o governo paulista, o Instituto Butantan recebeu nesta terça-feira (14) uma carga de 726 mil exames de diagnósticos de Covid-19 importados da Coreia do Sul, e outros 500 mil devem chegar ao estado até o fim de abril. Segundo Dimas Covas, os testes serão voltados prioritariamente a casos de óbitos, pacientes internados em estado grave e profissionais de saúde.
A chegada dos novos insumos também deve aprimorar a capacidade diária de processamento de exames. Atualmente, os testes são distribuido para 34 laboratórios públicos e privados, que conseguem analisar cerca de 2 mil materiais por dia.
A expectativa é que o credenciamento de novas instituições e o estoque maior de kits de testagem permitam o processamento de 5 mil testes por dia, até 24 de abril, e 8 mil testes por dia, a partir de 18 de maio.
Fonte: Estadão