Especialista dos EUA diz que pandemia de Covid-19 é pior do que temia

Apesar do pessimismo, há motivo para esperança: várias vacinas estão em desenvolvimento, e uma delas está próxima da última fase de testes antes da aprovação para uso em humanos
Rafael Rigues10/06/2020 19h17, atualizada em 10/06/2020 19h24

20200610042923

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Dr. Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas na Casa Branca e um dos líderes do combate à Covid-19 nos EUA, compartilhou um grau incomum de pessimismo em uma conferência recente com executivos de empresas de biotecnologia.

Fauci, que já havia dito que a pandemia se parecia com seu “pior pesadelo”, revelou que as coisas são ainda piores do que temia, e alerta que o perigo ainda não passou. “Em um período de quatro meses, ela devastou o mundo todo. E ainda não acabou”.

A velocidade com que a doença se espalhou foi o que mais impressionou o imunologista norte-americano. Ele estimava que uma doença com disseminação eficiente levaria entre seis meses a um ano para se espalhar por todo o planeta.

Entretanto, as extensas rotas internacionais e a prevalência de casos leves, facilmente ignorados, fez com que a Covid-19 se espalhasse rapidamente, chegando a praticamente todos os continentes (exceto a Antártica) em apenas quatro meses. “Quando vai terminar? Ainda estamos começando a realmente entender” a situação, disse o médico.

Mas nem tudo é desespero e pessimismo. Segundo Fauci, há várias vacinas experimentais contra a doença em desenvolvimento, uma delas prestes a entrar em testes clínicos na fase III, a última antes que os laboratórios possam se certificar de que ela é segura e eficaz.

Infelizmente, para a população dos EUA, o governo do país não tem intenção de controlar o preço da vacina, o que deixa a porta aberta para os laboratórios cobrarem o quanto quiserem. Isso pode acabar deixando a parcela mais pobre da população, que não tem acesso a planos de saúde, vulnerável.

“É uma indústria motivada pelo lucro”, disse o médico.

Fonte: Futurism

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital