Empresa diz ter encontrado anticorpo com 100% de eficácia contra o coronavírus

Descoberta da farmacêutica Sorrento não foi testada em humanos e ainda precisa passar por revisão da comunidade científica
Renato Santino15/05/2020 18h18, atualizada em 15/05/2020 18h25

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A empresa americana farmacêutica Sorrento anunciou nesta sexta-feira (15) a descoberta de um anticorpo que, segundo eles, é capaz de barrar 100% das infecções causadas pelo coronavírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, em células saudáveis. A empresa já havia anunciado o início das pesquisas com anticorpos na semana passada.

Vale notar, no entanto, que os resultados são de um estudo pré-clínico, o que significa que os pesquisadores ainda não tiveram a oportunidade de realizar testes amplos em seres humanos para aferir sua real eficácia. Os experimentos foram realizados apenas “in vitro”. Também é importante observar que o estudo ainda não foi revisado por outros cientistas para detectar potenciais falhas e inconsistências metodológicas.

De qualquer forma, o anúncio fez com que as ações da Sorrento disparassem em mais de 100% nesta sexta-feira, refletindo o otimismo da empresa com uma potencial solução funcional contra o coronavírus.

De acordo com a Sorrento, o anticorpo, que recebeu o nome de STI-1499, se destacou entre bilhões de candidatos analisados pela empresa e conseguiu inibir totalmente a infecção de células saudáveis após um período de quatro dias de incubação. Ele age bloqueando a ação da proteína Spike, que dá o formato de coroa espinhosa ao vírus, impedindo que ela se conecte aos receptores das células humanas. Com isso, o vírus não consegue replicar seu material genético e é impedido de se reproduzir, evitando o desenvolvimento da doença.

A empresa pretende fazer do STI-1499 parte do Covi-Shield, um coquetel de anticorpos pensado para prevenir a infecção por múltiplas cepas do coronavírus. No entanto, a Sorrento também analisa a possibilidade de desenvolver tratamentos utilizando apenas o novo anticorpo no combate à Covid-19, como aponta o site TechCrunch.

Agora, a empresa busca a autorização da Administração de Drogas e Alimentos (FDA) dos Estados Unidos para que seja possível testá-lo e usá-los em pacientes humanos. Enquanto isso não acontece, a empresa está acelerando a produção para ter 1 milhão de doses prontas quando a autorização chegar.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital