A Universidade de São Paulo (USP) confirmou o primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus no Brasil. A paciente é a técnica de enfermagem de Ribeirão Preto que foi diagnosticada com a doença pela primeira vez em 13 de maio. Após se recuperar, ela voltou a apresentar os sintomas e, em 2 de julho, passou por novo teste PCR, cujo resultado deu novamente positivo.

Segundo o infectologista Fernando Bellissimo, coordenador da pesquisa divulgada na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, a causa da reinfecção ainda está sendo estudada. “Nessa segunda fase da pesquisa, estamos estudando a imunidade dessas pessoas para saber se elas se reinfectaram porque o vírus sofreu mutação e enganou o sistema imune delas, ou se o sistema imune não reagiu o suficiente diante da primeira infecção e, por isso, ela estaria se infectando agora”, explicou.

Além deste caso já confirmado, há pelo menos outros 60 em investigação. “Queremos saber se essas pessoas têm alguma característica diferente das demais. Será que isso é ao acaso ou será que existe uma particularidade destas pessoas”, afirmou Bellissimo sobre a continuidade dos estudos.

ReproduçãoUSP confirma primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus no Brasil. Foto: Shutterstock

 

Outro ponto que ainda precisa ser entendido é a gravidade da segunda infecção. “No caso dessa paciente, ela teve sintomas mais intensos na segunda vez, mas não ficou grave em nenhum momento”, destacou o pesquisador. Porém, lembrou de casos com resultados diferentes. “Um caso publicado por um hospital do Ceará documentou que um paciente teve uma forma moderada na segunda vez. Em outro caso, nos Estados Unidos, o paciente veio a falecer”, contou.

A confirmação de mais um caso de reinfecção, o primeiro do país, acende um alerta em um momento em que as medidas de contenção estão sendo relaxadas. Shoppings estão reabrindo, cinemas, escolas e até a volta de público em eventos esportivos está sendo discutida. 

Primeiras vacinas 

O chefe do órgão regulador de vacinas da Alemanha, Klaus Cichutek, disse na última terça-feira (15) que as primeiras aprovações para uma vacina contra a Covid-19 podem ser concedidas no fim do ano ou no início de 2021.

Cichutek, chefe do Instituto Paul Ehrlich, afirmou que os reguladores seriam tão meticulosos quanto de costume ao avaliar os pedidos de aprovação das vacinas no combate à pandemia, como informou a agência de notícias Reuters.

Atualmente, existem nove vacinas em fase de testes ao redor do mundo. Dentre elas, está a BNT 162b2, desenvolvida pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech em colaboração com a farmacêutica norte-americana Pfizer. No Brasil, os testes acontecem em Salvador e São Paulo, com mil voluntários.

Via: G1/CNN