Covid-19: projeto prevê participação do Brasil em aliança mundial de vacinas

Conhecido como ACT, o grupo deve contar com 25 membros de conselho, dentre eles o Brasil
Luiz Nogueira10/08/2020 13h58, atualizada em 10/08/2020 14h30

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Atualmente, uma das maiores preocupações mundiais é a criação de imunização contra o novo coronavírus. Para ajudar com isso, um projeto prevê a criação de uma aliança mundial de vacinas contra a Covid-19. Conhecido como ACT, o grupo deve contar com 25 membros de conselho, dentre eles o Brasil.

Além de sugerir que nosso país estará entre os integrantes, o rascunho do projeto indica que a iniciativa foi criada com o objetivo de acelerar os avanços das pesquisas que buscam diagnóstico e tratamento contra a doença – e coordenar a distribuição da vacina quando estiver disponível.

A participação do Brasil ocorre justamente por sua influência populacional e pela dimensão de mercado que pode ajudar a determinar o preço e o volume da produção de vacinas. Apesar disso, o governo ainda não definiu como a participação vai ocorrer – apesar de ter enviado cartas aos órgãos internacionais indicando interesse na participação.

Além do Brasil, podem estar presentes Estados Unidos, China, África do Sul, Rússia e Índia. Apesar disso, não se sabe como a participação dos EUA deve ocorrer. Isso porque o presidente do país, Donald Trump, anunciou sua saída da OMS, que faz parte da coordenação da aliança.

Funcionamento do plano

Reprodução

Brasil deve fazer parte de aliança para distribuição da vacina contra a Covid-19. Foto: Dado Ruvic/Reuters

Em abril deste ano, a OMS reuniu vários governos para discutir a participação na ACT. Um dos mecanismos utilizados pelo órgão seria o Covax, um consórcio que tem como objetivo assegurar a existência de estoques mundiais de vacinas e que também pensa em um plano de distribuição mundial.

O intuito da criação da aliança é o de evitar uma corrida dos países pela imunização contra a doença e uma espécie de guerra financeira, em que milhões de residentes de locais mais pobres fiquem sem a vacina.

Para evitar isso, em um primeiro momento, os países participantes receberiam imunizações para o equivalente a 3% de sua população. Essa quantidade seria utilizada principalmente para vacinar aqueles que estão na linha de frente do combate à Covid-19. Na segunda fase, cerca de 20% da população seria vacinada. Esse total inclui idosos e pessoas com doenças crônicas.

Entrega de vacina

Apesar de garantir o recebimento das vacinas, participar do conselho não significa acesso gratuito a elas. Como o Brasil é considerado um país com renda média, terá de pagar pelas imunizações.

Pelo que se sabe até o momento, o governo brasileiro precisará realizar o pagamento de uma primeira parcela, equivalente a 15% do valor final das vacinas. Ainda não há informações sobre o montante, já que tudo depende da divisão feita pelos países participantes e o preço final da criação.

Em declaração ao Uol, o Ministério da Saúde diz que os contratos com valores devem ser concluídos até o fim de agosto. “O valor dependerá do preço final da vacina e cada país participante deverá contribuir com soma suficiente para imunizar 20% de sua população”.

Segundo Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, os próximos três meses serão fundamentais para que o projeto seja construído. No entanto, ele alerta que a OMS enfrenta um problema relacionado ao valor de investimento na iniciativa. Ele aponta que o dinheiro que a agência tem representa apenas 10% do valor necessário para o financiamento.

Via: Uol

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital