Covid-19: especialistas preveem 90 mil mortes no país até o fim do mês

Além do número de óbitos, grupo formado por economistas da PUC-RJ e FGV calculam 2,5 milhões de infectados pela doença
Luiz Nogueira14/07/2020 12h13, atualizada em 14/07/2020 12h25

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De acordo com previsão do grupo Covid19Analytics, formado por economistas da PUC-RJ e da FGV, o Brasil deve registrar cerca de 90 mil mortes em decorrência da Covid-19 até o fim deste mês. Além disso, os especialistas indicam que o número de infectados pode passar de 2,5 milhões.

Apesar de serem apenas previsões, os economistas do grupo são os que têm maior número de acerto ao indicar os efeitos da pandemia em curto prazo – geralmente, a margem de erro é de apenas 2%. Mesmo com uma estabilização no número de mortes, o país registra entre 900 e 1.100 óbitos por dia. De acordo com os especialistas, isso deve se manter pelo menos até o fim do mês.

“Não parou de morrer gente e as pessoas vão continuar morrendo. Mas o fato é que vinha numa aceleração muito rápida, exponencial, e deu uma desacelerada”, declara Marcelo Medeiros, coordenador do grupo, em entrevista ao Estadão.

No último dia 10, o grupo divulgou o relatório mais recente sobre o assunto. Nele, é possível ver que a doença está em um processo de interiorização por aqui. Com um olhar mais profundo nos dados apresentados – analisando a situação em estados e municípios – há uma clara diferença na realidade da pandemia.

Ainda segundo o especialista, os estados encontram-se em tempos epidemiológicos diferentes. “São várias ondas diferentes e misturadas”, declara.

Média de contaminação

Reprodução

Número de infectados no Brasil até o fim do mês pode ser de 2,5 milhões. foto: FG Trade/ iStock

Atualmente, o número de reprodução da doença no país está estabilizado em 1,15. Esse valor mostra o número de pessoas que um infectado pode contaminar antes de ser curado. Em níveis ideais, ele deveria ser abaixo de um – com esse valor alcançado apenas no Pará e no Amapá.

Mesmo assim, as mortes registradas em São Paulo parecem ter estabilizado. No Rio de Janeiro, segundo os especialistas, o cenário é de queda dos números de óbitos. “No Rio, houve um pico grande e uma queda. Mas como nosso sistema de saúde não entrou em colapso, não tivemos a real dimensão da tragédia”, diz Medeiros.

Apesar disso, o economista alerta que os números atuais ainda não indicam o que pode ter ocorrido durante o período de flexibilização declarado recentemente em vários estados. Para ele, esses números devem aparecer em cerca de duas semanas, refletindo as decisões de reabertura gradual.

Via: Estadão

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital