Para tentar sanar as dúvidas da população acerca do coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um documento que descreve as principais diferenças entre a gripe (influenza) e a Covid-19. A publicação pode ajudar a entender melhor como o vírus, que já infecta mais de 120 mil pessoas em todo o mundo, se comporta e se dissemina.

Obviamente existem algumas semelhanças, como a confirmação de que ambos se espalham pelo contato. Tocar uma pessoa ou superfície contaminada e depois levar à mão ao rosto é uma maneira quase infalível de contrair a doença. 

Além dos fatores de infecção, os sintomas são bastante semelhantes. Os dois tipos de doença têm como alvo principal o sistema respiratório. Eles também causam febre, cansaço e tosse. Casos mais graves podem evoluir para pneumonia que, na pior das hipóteses, pode levar à morte.

O documento da OMS detalha seis diferenças entre o coronavírus e a gripe:

Transmissão

Essa talvez seja a maior diferença entre as doenças. A gripe possui um período de incubação mais curto e um intervalo serial menor (tempo entre casos sucessivos). O intervalo serial do coronavírus é de cinco a seis dias, enquanto o da gripe é de apenas três. Por esse motivo, a OMS destaca que a influenza se espalha mais rápido.

Derramamento viral

Esse nome é dado para definir quando o vírus infecta um indivíduo e, após se reproduzir, começa a ser liberado no ambiente. É o que torna um paciente infeccioso. Algumas pessoas começam a espalhar o coronavírus dentro de dois dias após contraí-lo, mesmo que ainda não apresentem sintomas. No entanto, o vírus da gripe se espalha nos dois primeiros dias após o início dos sintomas – e isso pode durar até uma semana.

No caso de pacientes com o coronavírus, o derramamento viral pode ser ainda maior. Estudos recentes realizados com pacientes na China mostraram que pessoas infectadas podem continuar espalhando o vírus por cerca de 20 dias. O menor tempo registrado foi de oito dias. Esses resultados sugerem que os pacientes com Covid-19 permanecem contagiosos por mais tempo do que infectados pela gripe.

Infecção secundária

Além da contração do coronavírus em si, pacientes infectados podem desenvolver mais duas infecções secundárias em média. Às vezes, a gripe pode causar uma infecção secundária, mas é raro um paciente desenvolver duas infecções após contraí-la.

Transmissão em crianças

Enquanto os pequenos são os principais responsáveis pela transmissão da gripe, no coronavírus as coisas são diferentes. No caso da doença recente, os adultos são os que mais transmitem e, consequentemente, os mais atingidos.

Especialistas ainda estão confusos sobre o motivo pelo qual as crianças parecem estar protegidas dos piores efeitos do coronavírus. Alguns dizem que eles podem ter alguma imunidade sobre outras versões do vírus que aparecem no resfriado comum; outra teoria é que o sistema imunológico das crianças é mais rápido no combate à Covid-19.

Taxa de mortalidade

O coronavírus é mais mortal que a gripe. Até o momento, a taxa de mortalidade por coronavírus varia entre 3% e 4%, embora esse número possa ser menor devido aos casos não relatados. Enquanto isso, a taxa de óbito em decorrência da gripe é de 0,01%.

Cura

Por enquanto, não existe cura ou vacina para o coronavírus – embora o trabalho esteja em andamento, estima-se que pode levar cerca de um ano. Existe, no entanto, uma vacina contra a gripe. Especialistas aconselham que as pessoas se vacinem, já que isso pode ser suficiente para diminuir a sobrecarga dos serviços de saúde nas próximas semanas.

 

Via: Technology Review