A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a vacina específica para imunizar pacientes contra a Covid-19 deve ser aprovada em 18 meses. Porém, enquanto isso não acontece, cientistas apostam em uma vacina para tuberculose com objetivo de fortalecer o sistema imunológico do organismo e minimizar os sintomas respiratórios da doença.
Como já informado pelo Olhar Digital, com mais de 100 anos, a vacina Bacille Calmette-Guerin (BCG) já está em fase de testes na Austrália e deve ser administrada primeiramente em profissionais de saúde que atendem infectados pelo novo coronavírus.
Como a vacina pode ajudar em outras infecções?
A BCG contém amostras de bactérias causadoras da tuberculose atenuadas. Ao ser administrada, a vacina expõe essas patógenos ao corpo do paciente, que interpreta as características da bactéria e produz anticorpos para bloquear sua ação. Assim, mesmo que ocorra uma infecção futura, o organismo imunizado já terá uma resposta pronta e eficaz para combater o agente infeccioso. E pelo fato do antígeno estar atenuado, a vacina não oferece riscos à saúde do paciente.
A maioria das vacinas utiliza essa lógica para desenvolver a proteção contra um único patógeno. No caso da BCG, no entanto, a substância expõe uma série de microrganismo ao sistema imunológico do paciente. Dessa forma, há um aprimoramento geral nos mecanismos de defesa humanos contra uma variedade de infecções respiratórias.
De acordo com a Reuters, um estudo na Guinea-Bissau, por exemplo, identificou uma redução de 50% na mortalidade infantil em crianças vacinadas com a BCG em relação a outras que não receberam doses da substância. Outras pesquisas apontam resultados semelhantes em grupos de adolescentes e idosos.
Desafios
O problema da BCG, no entanto, é que ainda não existem evidências sobre o efeito da vacinação para proteger o corpo contra coronavírus em geral ou o SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, em particular.
Além disso, há vários tipos de vacina BCG com diferentes capacidades de imunização contra diferentes tipos de bactérias causadoras da tuberculose. O desafio dos cientistas será entender qual delas pode ser a mais apropriada para fortalecer o sistema imunológico contra o novo coronavírus.
As vacinas BCG também não foram testadas amplamente em adultos e um consumo desenfreado dessas substâncias poderia prejudicar a vacinação de crianças.
Portanto, embora configure uma possível aliada no combate a pandemia do novo coronavírus, segundo cientistas ouvidos pela Reuters, é preciso cautela e o testes devem perdurar por alguns meses.
Fonte: Reuters