Em meio à quarentena por conta do coronavírus, um grande número de pessoas está em casa conectado à internet gerando sobrecarga às companhias de telecomunicação, que pediram, nesta quarta-feira (25), que prefeituras destravem as autorizações pendentes para a instalação de novas antenas – única maneira de continuar fornecendo conexão a todos os usuários.

“A gente tem a maior dificuldade de instalar antena em muitos lugares que precisam dessa conexão, principalmente nas regiões mais carentes. A gente pede que nesse momento de crise as autoridades locais tenham um entendimento de a conectividade deve ser levada para todas as pessoas, sobretudo as de baixa renda”, reivindicou Marcos Ferrari, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).

De acordo com o sindicato, existem mais de 4 mil solicitações em aberto em todo o país. Para buscar solucionar esse problema, o SindiTelebrasil enviará uma carta aos prefeitos de São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Manaus e ao governador do Distrito Federal, regiões mais afetadas pela falta de antenas.

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Em São Paulo, cidade mais problemática nesse quesito, há um estoque de 1,8 mil pedidos engavetados. “A conexão poderia melhorar em até 30% do que temos hoje, principalmente nos bairros carentes, onde é difícil cumprir os gabaritos técnicos da lei em vigor”, afirmou Ferrari.

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Na carta que será enviada, o sindicato solicita que os pedidos sejam avaliados expressamente, mas sem que os critérios sejam flexibilizados. Além disso, o SindiTelebrasil pede que os projetos de lei, que atualizam as regras para implementação de ERBs (Estações Radio Base), saiam do papel. “Não há diferenciação de uma antena grande para uma miniERB, usada para 4G, que é menor que uma caixa de sapato. A exigência para o licenciamento é o mesmo. A legislação desses municípios não é culpa de ninguém mas está parada no tempo. A nossa tecnologia evolui muito rápido”, disse Ferrari.

Uma necessidade antiga, mas que voltou a ser pauta em decorrência da alta demanda da rede, que só cresce. “O aumento da conexão vai acontecer, porque as pessoas estão em casa. Com isso, a conexão residencial passou a ser maior que a corporativa. As pessoas adaptaram suas residências para fazer reuniões por videoconferência. Outros membros familiares estão em casa usando os servidos de streaming. Algumas escolas estão adotando aulas em vídeo para os alunos não perderem o ritmo escolar”, explicou Ferrari.

O sindicato ainda denuncia que alguns estados e munícipios não estão cumprindo o decreto federal, que elenca quais são os serviços essenciais que não podem parar de funcionar, entre os quais estão as telecomunicações. “Às vezes, chega um técnico em um prédio, mas é barrado por um policial. O agente não tem conhecimento do que é ou não essencial. Isso tem prejudicado a prestação correta do serviço em um momento em que não pode falhar. Nosso setor está fazendo tudo para que tenhamos condição de atender a população”, concluiu Ferrari.

 

Via: Uol