Um relatório da Abin, Agência Brasileira de Inteligência, ao qual o jornal online The Intercept teve acesso faz uma projeção sombria para a progressão da Covid-19 no Brasil. Segundo o documento, o número de óbitos pode chegar a 5.571 até 6 de abril, ou seja, em duas semanas.
O documento foi apresentado ao Presidente Jair Bolsonaro que, entretanto, continua minimizando a ameaça. Em seu último pronunciamento na TV, nesta terça-feira (24) ele acusou a imprensa de “histeria” e chamou a Covid-19 de “gripezinha”. Até o momento há 2.276 casos confirmados da doença no Brasil, com 48 mortos.
Segundo o jornal, o documento, datado das 22h10 desta segunda-feira (23), enfatiza a quarentena com medida eficaz de combate ao vírus. “Coreia do Sul, Irã e China conseguiram mudar a direção da reta, provavelmente depois da adoção de medidas de contenção”
O relatório traz outros dados importantes, como a afirmação de que caso a curva da epidemia no Brasil seja semelhante à do Irã, Itália e China, em 15 dias mais de 10 mil leitos de UTIs, dos quase 60 mil existentes, seriam ocupados por vítimas da Covid-19. Isso representa 17,4% do total de leitos disponíveis. Entretanto, a taxa de ocupação atual das UTIs brasileiras gira entre 80 e 90%, o que indica que faltarão leitos.
Um segundo cenário apresentado no relatório considera uma curva de progressão da doença mais “suave”, similar à da França e Alemanha. Nesse caso, menos provável, o país teria 2.062 óbitos causados pela Covid-19 em 15 dias.
De acordo com o The Intercept, os relatórios são elaborados diariamente a partir de dados divulgados pelo Ministério da Saúde. A Abin é subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo General Augusto Heleno, ele mesmo diagnosticado com a Covid-19.
Fonte: The Intercept