O coronavírus já transformou 2020 oficialmente no ano dos cancelamentos. Eventos que movimentariam milhares de pessoas ao redor do mundo inteiro simplesmente não estão mais acontecendo com temor de criar uma situação propícia para que o vírus se propague ainda mais. No setor de tecnologia, não foi diferente.

O único grande evento programado para o primeiro semestre que efetivamente aconteceu foi a CES, realizada no começo de janeiro. Na época, ainda não se tinha uma dimensão da ameaça, e o vírus ainda estava contido na China, registrando poucos casos conhecidos. Foi a partir daí que a situação começou a piorar.

No início de fevereiro, a indústria de tecnologia chegou a um impasse: realizar ou não o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, a maior feira de tecnologia voltada a telefonia móvel programada para o final daquele mês? Naquele momento, a China ainda concentrava praticamente a totalidade dos casos, mas a principal preocupação era de que o evento concentraria muitos chineses, como é comum em grandes eventos de tecnologia, que poderiam facilitar o espalhamento da Covid-19 para a Europa e outros continentes, considerando o grande público internacional.

A GSMA, associação responsável pela organização do MWC, resistiu por algum tempo à ideia do cancelamento, mas não foi possível sustentar o evento quando praticamente todas as empresas de grande porte começaram a anunciar que desistiriam de participar do congresso. Apple, Amazon,Sony, Facebook, HMD Global (que produz os smartphones Nokia), Intel, LG, ZTE e Ericsson, McAfee, Mediatek, Nvidia, Orange, Royole, Vivo e Volvo estão entre as empresas que confirmaram desistências. O evento não aconteceu.

A partir daí, criou-se o precedente para que todos os eventos de tecnologia que movimentariam muitas pessoas fossem cancelados. Também foi o momento em que o vírus começou a se espalhar mais rapidamente por outras regiões além da China, aumentando o temor de aglomerações em todo o planeta.

Alguns dos eventos ainda terão uma versão virtual acontecendo, enquanto outros foram cancelados em sua totalidade e alguns apenas foram adiados de forma indefinida, podendo acontecer em algum momento futuro se a situação se normalizar.

Confira a situação:

Grandes eventos

  • MWC 2020 (Barcelona, Espanha): cancelado
  • Google I/O (Mountain View, EUA): apenas online
  • Facebook F8 (San Jose, EUA): apenas online
  • WWDC (San Jose, EUA): apenas online
  • Microsoft Build (Seattle, EUA): apenas online
  • SXSW (Austin, EUA): totalmente cancelado

Eventos menores

  • Microsoft MVP Summit (Bellevue e Redmond, EUA): apenas online
  • Amazon Web Services Summit (San Francisco, EUA): apenas online
  • Google Cloud Next (San Francisco, EUA): apenas online
  • Google Women Will (São Paulo, Brasil): cancelado
  • Adobe Summit (Las Vegas, EUA): apenas online
  • IBM Think 2020 (San Francisco, EUA): apenas online

Games

  • E3 (Los Angeles, EUA): cancelado
  • GDC (San Francisco, EUA): adiado indefinidamente

O quanto essa lista vai continuar crescendo vai depender do quão rápido o mundo se mostrar capaz de conter o avanço do coronavírus. Esses são apenas os eventos previstos para o primeiro semestre; na segunda metade do ano, ainda há outros eventos internacionais de grande porte, como a IFA, realizada em Berlim, e os eventos de lançamentos de produtos da Apple (iPhone 12), Samsung (Galaxy Note) e Google (Pixel 5). No mercado de games, ainda há a Gamescom, prevista para agosto na cidade de Colônia, na Alemanha, que também corre riscos.