Covid-19: app falha em alertar milhares de pessoas sobre isolamento; entenda

NHS Covid-19, do governo do Reino Unido, deixou de identificar e orientar pessoas que tiveram contato com alguém infectado para se isolarem a fim de evitar a propagação da doença
Fabiana Rolfini03/11/2020 13h58, atualizada em 03/11/2020 14h05

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O NHS Covid-19, app de rastreamento de contatos do Sistema Nacional de Saúde (NHS) do governo do Reino Unido, teve uma nova falha detectada. Desta vez, o aplicativo fracassou em dizer a um número de pessoas, dentre seus 19 milhões de usuários, para ficarem em quarentena, apesar do contato com uma pessoa infectada.

O objetivo do aplicativo é exatamente o de alertar usuários sobre o distanciamento ideal quando estiverem próximos a outras pessoas e ainda identificar precocemente possíveis casos do novo coronavírus.

As autoridades não têm ideia de quantas pessoas foram afetadas pelo erro, mas de acordo com o Sunday Times, seriam milhares. Uma fonte governamental disse à publicação que números “chocantemente baixos” de usuários receberam ordens completas para se isolarem.

Entenda a falha

A confusão envolveu o “limite de risco” do aplicativo. Quando o app detecta que um paciente com Covid-19 teve contato com outra pessoa, ele usa este limite para decidir o quão infeccioso eles eram no momento. O índice é mais alto no dia em que alguém desenvolve os sintomas, por exemplo.

Essa pontuação é então inserida em um algoritmo para descobrir se seu amigo ou familiar precisa se isolar.

Reprodução

Milhares de pessoas que deveriam se isolar não foram orientadas pelo aplicativo devido a um erro no limite de risco. Imagem: VirtualShutter/Shutterstock

No entanto, as autoridades admitiram que o limite de risco geral foi definido cinco vezes mais alto do que o planejado quando o aplicativo foi lançado, em setembro. O limite deveria ser reduzido de 900 para 180, mas isso não aconteceu. Em vez disso, ele só foi alterado por meio de uma atualização na semana passada.

Ou seja, muitas pessoas que teriam sido instruídas a se isolar sob o novo limite não foram orientadas a entrarem em quarentena na época.

“Prevemos que mais usuários do aplicativo que correm alto risco de ter contraído o vírus receberão uma notificação para se isolarem, e isso será um benefício a longo prazo, reduzindo as chances de quem tem o vírus transmiti-lo a outras pessoas”, declarou uma porta-voz do Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido.

Vale lembrar que, quando a Inglaterra iniciou os testes do NHS Covid-19, em agosto, desenvolvedores do aplicativo ainda trabalhavam para reduzir a frequência com que o aplicativo sinalizava erroneamente a distância entre as pessoas. Isto porque o sistema é baseado em Bluetooth e ainda apresentava pequenas falhas.

Via: Mirror

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital