Milhões de voluntários doam processamento para combate à Covid-19

Projeto Folding@Home usa o poder de processamento ocioso de computadores voluntários para simular interações entre proteínas, algo essencial para entender o comportamento de várias doenças
Rafael Rigues02/04/2020 13h16, atualizada em 02/04/2020 13h19

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O diretor do projeto Folding@home celebrou no Twitter que mais de um milhão de dispositivos em todo o mundo estão contribuindo poder de processamento para simulações projetadas para auxiliar no combate à Covid-19. Segundo estimativas, o poder combinado de CPUs e GPUs criou o computador mais poderoso do mundo, milhares de vezes mais rápido que o detentor anterior do título.

De acordo com Greg Bowman, são mais de 356 mil GPUs da Nvidia, 79 mil GPUs da AMD e 593 mil CPUs participando do projeto, que tem como objetivo principal entender como as proteínas se “dobram” para assumir a forma necessária para realizar suas várias funções. Este conhecimento pode ser útil no combate a várias doenças, como o Mal de Alzheimer, Câncer, Ebola e Covid-19.

A Nvidia estima que o poder de processamento de suas quase 400 mil GPUs dedicadas ao projeto é de 1 exaflop, ou 1 quintilhão de operações de cálculo em ponto flutuante por segundo. O supercomputador Summit, que atualmente é o mais poderoso do mundo, tem poder de processamento de 150 petaflops, equivalente a 0,15 exaflops.

O Folding@Home usa o poder de processamento ocioso dos computadores dedicados ao projeto, distribuindo a cada um deles pequenos pedaços de tarefas. Quando concluídas, seus resultados são devolvidos a um servidor central, onde são compilados.

“Existem muitos métodos experimentais para determinar as estruturas das proteínas. Embora extremamente poderosos, eles apenas revelam um único instantâneo de sua forma usual. Mas as proteínas têm muitas partes móveis, então realmente queremos vê-las “em ação”. Esses cálculos são complexos e cada pouquinho ajuda! Cada simulação que você executa é como comprar um bilhete de loteria. Quanto mais bilhetes comprarmos, maiores serão nossas chances de acertar os números”, disseram os responsáveis pelo projeto.

Fonte: Decrypt.co

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital