Mesmo com acordos, vacina Sputnik-V ainda não começou testes no Brasil

Anvisa informa que ainda não recebeu os documentos para dar início aos ensaios clínicos no país, apesar das parcerias firmadas com os governos de Paraná e Bahia
Renato Santino07/10/2020 00h50

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A vacina russa contra Covid-19, a Sputnik-V, ainda não tem uma previsão para início dos testes no Brasil. Mesmo com parcerias fechadas com os governos do Paraná e da Bahia para os ensaios clínicos e para produção e distribuição, ainda não há uma estimativa de quando isso será colocado em prática.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que dá o aval para o andamento das pesquisas de vacinas, informou à agência Reuters que ainda não foi solicitado formalmente o pedido para início dos testes clínicos da Sputnik-V.

A agência nota, no entanto, que discussões sobre o assunto já ocorreram, tanto virtualmente quanto presencialmente, para poder viabilizar o início dos testes.

A vacina russa segue envolta em polêmica. Depois de obtenção de registro em seu país de origem sem concluir todas as etapas necessárias para aferir segurança e eficácia, os pesquisadores publicaram os resultados das pesquisas na revista Lancet, mas ainda assim a comunidade científica se manteve cética. Isso porque algumas das informações sobre a produção de anticorpos dos voluntários estavam duplicadas, o que é uma coincidência incrível ou indício de fraude ou, no mínimo, de dados incorretos.

Enquanto isso, outras vacinas estão avançando. A Anvisa já começou a receber as informações preliminares para análise das pesquisas da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, que conta com um acordo de produção e distribuição nacional pela Fiocruz, e dos estudos da Sinovac, que tem parceria com o Instituto Butantan.

Os estudos estão tirando proveito de um novo sistema chamado de submissão contínua. Em vez de oferecer os dados à Anvisa apenas na conclusão dos estudos, os pesquisadores estão enviando as informações aos poucos, conforme elas são acumuladas, o que permitiria um parecer mais rápido ao final da pesquisa. Foi um método encontrado pela Anvisa para acelerar a revisão.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital