Diferenciar alguns dos primeiros sintomas do Covid-19 com uma gripe comum é um dos desafios dos médicos ao avaliar os pacientes que chegam às emergências se queixando de coisas como tosse seca, febre, dor de garganta e dificuldade para respirar. Porém, pesquisadores da Academia Americana de Otorrinolaringologia podem ter isolado dois sintomas característicos do novo coronavírus: anosmia, falta de olfato e a disgeusia, falta de paladar.
“Anosmia, em particular, foi visto em pacientes com resultado positivo para o coronavírus sem outros sintomas”, diz um comunicado no site da instituição, que propõe que esses sintomas sejam incluídos na lista dos médicos do mundo todo, e “justificam séria consideração pelo auto-isolamento e teste dos indivíduos”, completa.
A ENT UK, uma organização profissional que representa cirurgiões de ouvido, nariz e garganta no Reino Unido, chegou às mesmas conclusões em estudos separados. Na literatura médica, uma súbita perda de olfato pode estar associada a certas infecções respiratórias. “Acredita-se que os coronavírus descritos anteriormente representem 10 a 15% dos casos. Portanto, não é de surpreender que o novo vírus Covid-19 também cause anosmia em pacientes infectados”, afirmou o comunicado da ENT UK.
Relatos de médicos na Coréia do Sul, China e Itália apontam que um número significativo de pacientes com infecção por Covid-19 apresentou principalmente falta de olfato, tendo falta de paladar como uma consequência secundária. “Quase todo mundo que está hospitalizado tem a mesma história”, disse Marco Metra, chefe do departamento de cardiologia do hospital principal de Brescia, na Itália, onde 700 dos 1.200 pacientes internados têm o coronavírus.
“Na Alemanha, é relatado que mais de dois em cada três casos confirmados têm anosmia. Na Coréia do Sul, onde os testes foram mais difundidos, 30% dos pacientes com testes positivos tiveram anosmia como o principal sintoma de apresentação em casos de pouca importância”, explica a ENT UK.
“Queremos realmente conscientizar que isso é um sinal de infecção e que qualquer pessoa que desenvolva perda do olfato deve se auto isolar”, afirmou a professora Claire Hopkins, presidente da Sociedade Rinológica Britânica, em entrevista ao New York Times. “Isso poderia contribuir para diminuir a transmissão e salvar vidas”.
Via: CNN/New York Times