Mais de 400 mil pessoas cederam o poder de seus PCs para combater o coronavírus

Projeto Folding@Home tem voluntários o suficiente para ser mais potente do que os 7 supercomputadores mais poderosos do mundo combinados
Renato Santino23/03/2020 20h58, atualizada em 23/03/2020 21h10

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No momento de crise, as pessoas estão se unindo para apoiar iniciativas pelo bem maior. Agora, um número recorde de pessoas ao redor do mundo está oferecendo o poder de seus computadores para apoiar pesquisas de combate ao coronavírus graças ao projeto Folding@Home, criado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA.

A iniciativa viu o número de participantes disparar nos últimos dias, com 400 mil novos colaboradores, o que é um salto de nada menos do que 1.200%. Graças a eles, o projeto hoje tem um potencial de 470 petaflops de poder de processamento, o que é mais do que os 7 supercomputadores mais potentes do planeta somados.

O projeto não é nada novo, e já existe desde a década de 2000, mas agora os esforços foram direcionados para o coronavírus. As máquinas associadas ao Folding@Home se dedicam à simulação um processo conhecido como protein folding (daí o nome), ou, em bom português, enovelamento de proteínas.

Com esse processo, é possível entender de uma forma mais precisa como o vírus se comporta, permitindo desenvolver tratamentos mais eficazes. Vale a pena notar, no entanto, como qualquer pesquisa científica, o esforço pode não dar resultados práticos, mas não significa que não vale a pena tentar.

Um processo similar já mostra sinais promissores. Pesquisadores conseguiram isolar 77 componentes que podem ser eficientes no combate ao coronavírus utilizando o supercomputador Summit, que hoje ocupa o topo da lista dos mais poderosos do planeta.

Quem quiser fazer parte deste esforço pode baixar o software no site oficial. Há aplicativos para Windows, Mac e Linux disponíveis neste link.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital