Laboratório Sirius apoia pesquisa para decifrar estrutura do Sars-Cov-2

Em parceria inédita, pesquisadores brasileiros buscam entender as reações nas células virais que poderão compor medicamentos para o tratamento da Covid-19
Da Redação05/09/2020 14h39, atualizada em 07/09/2020 16h07

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O dia 1º de setembro marca o início de uma parceria envolvendo pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas e do Instituto de Física da USP de São Carlos. A união visa, em caráter experimental, aproveitar o superlaboratório Sirius para desenvolver pesquisas que possam compreender melhor as interações nas proteínas da célula do Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19.

O Sirius vai ajudá-los a elucidar a estrutura molecular dessas proteínas, que são fundamentais para o ciclo de vida do vírus, além de permitir a identificação de moléculas que se ligam a essas proteínas e podem dar origem a novos medicamentos.

A primeira equipe formada por pesquisadores externos ao CNPEM utiliza a estação de pesquisa Manacá do Sirius para analisar mais de 200 cristais de proteínas do coronavírus. Os pesquisadores da USP já haviam realizados experimentos em fontes de luz síncrotron na Inglaterra e Suécia, de maneira remota.

“Para buscarmos ligantes que podem se conectar às proteínas do vírus, inibindo a sua atividade, precisamos de uma fonte de luz síncrotron. Neste sentido, o Sirius passa a ser um ‘salto quântico’ para a comunidade de cristalografia brasileira”, detalha Glaucius Oliva, coordenador da pesquisa.

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Pesquisadores do Instituto de Física da USP de São Carlos no CNPEM. Foto: CNPEM/Divulgação

A pesquisa tem como objetivo compreender como ocorrem as interações entre as proteínas formadas após infecção da célula com os fármacos. Entre as proteínas não estruturais estudadas estão a endoribonuclease viral NSP-15, NSP-3 e NSP-5. O método aplicado na pesquisa é o ‘fragment screening’ (triagem de fragmentos).

Enquanto uma parte dos cientistas trabalha na estação de pesquisa Manacá, os demais permanecem no laboratório da Universidade em São Carlos recebendo os resultados obtidos pelo Sirius.

Comunidade científica brasileira

Os avanços a serem conquistados com a pesquisa na estação de Manacá demonstram a força e a capacidade da comunidade cientifica brasileira. Estando apta para se aprofundar nos mais variados tipos de pesquisas.

Contudo, é necessário mais investimento em infraestrutura e apoio financeiro para que os pesquisadores não tenham que interromper os estudos ou sejam requisitados por países onde a oportunidade de desenvolvimento científico é maior.

Fonte: LNLS




Colaboração para o Olhar Digital

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