Laboratório brasileiro desenvolve teste de Covid-19 mais rápido e acessível

Além de identificar se o paciente já pegou ou não o vírus, o exame deve conseguir, em breve, identificar se a pessoa está transmitindo a doença
Redação27/05/2020 12h12, atualizada em 27/05/2020 12h40

20200417030124-1920x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Desde que a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, a falta de testes e seu preço elevado têm prejudicado o combate à doença no país. Agora, porém, o Grupo Fleury desenvolveu um novo exame, mais acessível e rápido que o tradicional RT-PCR, que pode resolver esse problema. Além de identificar se o paciente já pegou ou não o vírus, o teste deve conseguir, em breve, identificar se a pessoa está transmitindo a doença.

Além da ausência dos testes, o Brasil possui outro grande obstáculo. O RNA, material genético do novo coronavírus, é uma molécula frágil, e não suporta longas viagens até um local onde o RT-PCR possa ser feito. Para poder ser examinada, uma amostra precisa ser mantida em gelo seco durante seu transporte.

Reprodução

Teste para identificar o coronavírus. Foto: Lindsey Wasson/Reuters

Proteínas exclusivas

Pensando nisso, o grupo de pesquisadores, liderado pelo biólogo Valdemir Melechco Carvalho e pela bioquímica Karina Cardozo, se concentraram em três proteínas exclusivas do Sars-Cov-2. Para encontrá-las, a equipe utiliza um equipamento de espectrometria de massas, usado há dez anos para, entre outras coisas, identificas amostrar de drogas.

“A especificidade dessa tecnologia para detectar o novo coronavírus é de 100%”, garante o professor Celso Granato, diretor médico do Grupo Fleury. Apesar disso, o teste ainda tem baixa sensibilidade. Atualmente em 84%, a meta é que suba para 90%. “Por isso, o PCR continuará sendo usado em lugares onde ele é disponível”, explicou.

Proteômica dirigida

Apesar do nome complicado, a metodologia da proteômica dirigida é bastante simples. A amostra continua sendo colhida com os swabs, os famosos cotonetes, e armazenada por até cinco horas em uma solução de água e sais estéreis. “Se seguir viagem em um recipiente com gelo comum, então, esse tempo pode se multiplicar”, garantiu Granato.

Os swabs, cotonetes de coleta, são usados para teste brasileiro. Foto: Divulgação

Ao chegar no laboratório, que tem capacidade de processar até 1,5 mil testes por dia, a amostra passa por um processo chamado cromatografia, que separa as proteínas em várias porções. Depois, as três exclusivas são detectadas em um processo que leva cerca de quatro horas. O RT-PCR demora seis horas para chegar ao resultado.

Outra vantagem do novo exame é que o teste com RNA pode dar positivo mesmo que o paciente possua apenas resquícios do vírus, mesmo que não seja capaz de ser transmitido. “Já o teste por proteônica dá sinais de que poderá revelar se o vírus já perdeu sua capacidade de infectar”, destacou o professor Granato.

Via: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital