Itália usa capacete futurista para medir temperatura em aeroporto

Usando uma câmera térmica, passageiros com febre podem ser detectados; dispositivo alerta caso detecte temperaturas acima de 38 ºC
Luiz Nogueira08/05/2020 20h37

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Com a situação mundial do novo coronavírus, empresas trabalham incansavelmente no desenvolvimento de uma vacina e de possíveis curas. No entanto, outra parcela das companhias foca em inovações para identificar pessoas potencialmente infectadas, com o objetivo de impedir a disseminação da doença.

Esse é o caso de uma invenção chinesa, uma espécie de capacete futurista, criado para medir a temperatura de indivíduos. Atualmente, a tecnologia foi implementada na Itália, mais precisamente no Aeroporto Internacional de Roma, local que concentra grande movimentação diária.

Batizado de N901, o capacete, criado pela empresa Kuang-Chi, permite que autoridades presentes no aeroporto possam medir a temperatura dos transeuntes ao vivo, sem a necessidade de apontar sensores térmicos.

Isso é possível graças a uma câmera térmica que capta imagens em tempo real acoplada na parte lateral do capacete. Caso uma temperatura acima de 38 ºC seja detectada, a pessoa que usa o capacete é alertada imediatamente.

Reprodução

Entretanto, apesar de os esforços para manter a discrição do trabalho da autoridade, o design do dispositivo não ajuda nessa tarefa. Isso porque ele lembra muito um capacete de moto ou, para os ligados em ficção científica, a proteção de cabeça utilizada pelo policial futurista RoboCop.

Embora seja possível medir a temperatura individual das pessoas, há um recurso de “grande escala” que mostra, por meio de mapas de calor, a leitura do calor corporal de vários indivíduos. Para a proteção de quem utiliza o capacete, o software do aparelho permite medições em distâncias consideradas seguras – de 2,5 a 4,5 metros.

Reconhecimento facial

Além da temperatura, o N901 pode ser usado como um sensor de reconhecimento facial. Se conectado a um banco de dados usando as tecnologias 5G, Wi-Fi e Bluetooth presentes, é possível identificar os transeuntes individualmente ou em massa.

Isso faz com que o processo de reconhecimento seja facilitado, já que os agentes podem percorrer multidões e realizar varreduras mais rápidas se comparada à ideia de ficar em uma posição fixa, examinando uma pessoa por vez.

Atualmente, o aeroporto de Roma possui três desses capacetes. No entanto, há planos de expansão à  medida que os passageiros começarem a retomar as viagens. Resta saber se o dispositivo vai se tornar popular na medição de temperatura ou será classificado como uma ameaça à segurança, devido às propriedades de reconhecimento facial.

Via: Venture Beat

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital