Homem doa 18 mil garrafas de álcool gel ‘encalhadas’ após punição da Amazon

Matt Colvin tentou cobrar 9 vezes mais caro do que o preço normal e a prática foi proibida nas plataformas online; itens foram doados e ele agora é investigado
Renato Santino16/03/2020 20h03, atualizada em 16/03/2020 21h40

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Matt Colvin e seu irmão Noah ficaram famosos durante o fim de semana em meio ao pânico do coronavírus. Os dois rapazes do estado do Tennessee ganharam notoriedade por terem estocado 17 mil garrafas de álcool em gel e lenços desinfetantes com o objetivo de revendê-los na internet por um preço altíssimo. O que eles não esperavam era que empresas como Amazon e eBay proibiram a prática e começaram a suspender contas, tornando seu “investimento” inútil.

Noah cruzou o estado do Tennessee em uma viagem de cerca de 2.000 quilômetros no início de março, enquanto seu irmão Matt ficou em casa recebendo carregamentos dos itens, prevendo um aumento na demanda. Com as mercadorias em mãos, eles começaram a anunciar os produtos com um preço muito acima do mercado: o álcool em gel, que era vendido normalmente por US$ 8, era anunciado por US$ 70.

A Amazon e o eBay, no entanto, colocaram um fim abrupto aos planos. As empresas decidiram não permitir a prática de preços abusivos em itens de higiene vinculados ao coronavírus. Como resultado, as contas a ele vinculadas foram suspensas e os anúncios removidos. Os itens ficaram oficialmente encalhados.

Para piorar sua situação, eles também chamaram a atenção das autoridades e da Justiça. O escritório do procurador-geral do Tennessee emitiu uma ordem para que eles parassem de comprar e revender com sobrepreço itens médicos e iniciou uma investigação sobre suas ações.

Vendo-se em situação desfavorável, Matt e Noah decidiram aceitar o prejuízo e doar todo o inventário de itens de higiene. No domingo de manhã, eles cederam dois terços dos produtos que tinham em mãos a uma igreja local para que pessoas mais necessitadas pudessem ter acesso às mercadorias. O outro terço foi recebido pelo escritório do procurador-geral do estado.

Em entrevista ao New York Times, Matt afirmou que essa é uma prática comum no seu cotidiano. “Eu compro e vendo coisas há 10 anos. Sempre há um produto em alta demanda diferente. O problema é que sempre há outro na prateleira. Quando fizemos a viagem, eu não tinha ideia de que as lojas não seriam capazes de repor seus estoques”, afirmou.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital