O estado de São Paulo prevê que a pandemia de Covid-19 vai durar mais alguns meses, caso os índices de isolamento social não aumentem. O governo do estado prevê que haverá casos de contaminação até outubro. Mesmo sendo o epicentro da epidemia, o governo paulista não pretende fazer mudanças nas recomendações de uso de cloroquina.
Dimas Covas, chefe do Centro de Contingência da Covid-19 no estado, disse em entrevista à Globonews: “As projeções com os níveis atuais de isolamento social, que já foram melhores e hoje estão na média abaixo de 50%, você prevê uma duração maior da epidemia”.
“Quanto menor o índice de isolamento social, mais longa se torna essa epidemia. Nesses níveis atuais, inferiores a 50%, essa epidemia passará junho, julho, agosto, provavelmente em setembro deve ter uma inflexão, e até outubro teremos casos ainda” completou Covas.
São Paulo vive um momento preocupante, no qual o governo planeja ações para tentar controlar o aumento da contaminação. Além do fechamento do comércio em muitas cidades e as recomendações de isolamento social, dois feriados foram antecipados na última semana e hoje todo o estado vive a antecipação de mais um feriado, o da Revolução Constitucionalista, que seria em 9 de julho.
Com o números crescentes de mortos e infectados, governo paulista decreta antecipação do feriado de 9 de julho, dia da Revolução Constitucionalista. Foto: Wallpapertag
Segundo Dimas, o governo paulista está tendo dificuldades para conscientizar a população de que o isolamento social, além de ser fundamental para controlar a epidemia, também garante que os efeitos do novo coronavírus sejam minimizados o quanto antes.
“As pessoas não conseguem entender isso, é difícil de transmitir isso em termos mais fáceis para a população entender. Mas é isso, quanto menos isolamento, mais tempo vamos conviver com o vírus. Quanto mais isolamento, mais cedo o controlaremos. É uma relação quase que direta. Então precisamos nos conscientizar”, afirmou Covas.
Na semana passada, o governo federal ampliou a recomendação do uso da cloroquina até em casos de sintomas leves de Covid-19. Porém, o governo paulista deve ignorar a medida e se manter fiel aos estudos recentes, que apontam o aumento nos efeitos colaterais do remédio.
Hidroxicloroquina. Foto: Stock Catalog
“A recomendação que vale aqui para o estado de São Paulo é a que sempre valeu. A cloroquina não é um remédio mágico, ela tem problemas, e ela é de prescrição medica”, explicou Dimas Covas.
Via: UOL