Físico prende nariz com imãs tentando criar colar anti-coronavírus

Entediado por causa do autoisolamento, o australiano Daniel Reardon tentou montar um aparelho que alerte o usuário se ele estiver aproximando a mão do rosto - mas o resultado foi catastrófico
Renato Mota30/03/2020 18h33

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Nem todo herói usa capa. Alguns deles usam jaleco e, entre esses, poucos podem – sem querer – acabar com um imã preso dentro do nariz. Na verdade, só um mesmo: o astrofísico australiano Daniel Reardon, que sofreu este “acidente” ao tentar criar um dispositivo para conter o avanço da epidemia do novo coronavírus.

A ideia de Reardon era desenvolver um colar que alertasse o usuário caso a pessoa, inadvertidamente, estivesse para colocar a mão no rosto. O pesquisador da Universidade de Melbourne, especializado em pulsares e ondas gravitacionais, disse ao The Guardian que estava tentando curar o tédio do autoisolamento.

A intenção era boa, mas faltou experiência. “Eu tenho alguns componentes eletrônicos, mas realmente não tenho conhecimento na construção de circuitos “, contou. Com quatro poderosos imãs dando bobeira, ele pensou em montar um equipamento que pudesse detectar o campo magnético gerado por ímãs colocados nos pulsos do usuário. “Ele poderia acionar um alarme se você o aproximasse demais do seu rosto”, explica Reardon.

Porém, na hora e montar o dispositivo, o astrofísico inverteu seu funcionamento. “Inventei acidentalmente um colar que vibra continuamente, a menos que você aproxime a mão do rosto”, disse ele. Sem sucesso, ele resolveu brincar com os imãs como se fossem brincos de pressão. Mas ao invés de colocar nos lóbulos das orelhas, ele os prendeu nas narinas – dois dentro do nariz, e outros dois por fora.

“O problema foi quando eu coloquei ímãs na minha outra narina. Todos se apertaram e os do meu septo ficaram presos”, lembra o pesquisador. Isso não seria um problema se os quatro imãs não fossem particularmente poderosos. “No começo, doeu, mas eu não estava muito estressado. Comecei a ficar cada vez mais preocupado quando percebi que não seria trivial removê-los”.

Mesmo com um alicate, Reardon não conseguiu liberar seu nariz do poder do campo eletromagnético. “O alicate continuava sendo atraído pelo meu nariz, e a força do meu nariz sendo puxado também era dolorosa”. Foi nesse momento que ele percebeu que não tinha outra saída: teria que sair da quarentena voluntária para ir ao hospital local em Melbourne.

“Eles acharam ótimo”, contou o astrofísico. “Eles vieram para rir e perguntar ‘por que você estava colocando ímãs no nariz?'”. Felizmente, os médicos conseguiram finalmente libertar suas narinas, aplicando um spray anestésico e removendo manualmente os ímãs, e Reardon deixou o hospital relativamente ileso – com exceção do seu orgulho próprio.

Quanto ao seu dispositivo – bem, isso foi colocado em segundo plano por enquanto. “Acho que vou desistir e deixar alguém mais qualificado tentar”, completou o pesquisador.

Via: The Guardian/BBC

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital