Uma crença de que o metanol, um tipo de álcool altamente tóxico, pode “matar” o vírus causador da Covid-19 já causou centenas de mortes e o envenenamento de milhares de pessoas no Irã.

Segundo Hossein Hassanian, conselheiro do Ministério da Saúde Iraniano, mais de 700 pessoas já morreram por envenenamento, sendo que 200 delas morreram “em casa” e o restante em hospitais. Além disso, mais de 5 mil pessoas foram envenenadas e podem ter sequelas que incluem a cegueira e danos cerebrais.

O número de vítimas fatais é dez vezes superior à média. Em 2019, 66 pessoas morreram envenenadas por álcool, incluindo o metanol, em todo o país. O consumo de bebidas alcoólicas é proibido no Irã, seguindo a tradição islâmica, mas metanol e etanol (o álcool usado para limpeza e também em bebidas) são produzidos para uso médico e industrial.

Não são só adultos que são vítimas da substância. O jornal Times of Israel relata o caso de um menino de 5 anos, internado na UTI após sua família lhe dar metanol como proteção contra o vírus.

A origem da crença é uma mistura de fake news que dizem que um professor britânico se curou da Covid-19 bebendo “uísque com mel”, com uma confusão quanto a recomendações do governo para que as pessoas usem álcool gel para desinfetar as mãos. Isso levou pessoas a acreditar que ingerir álcool concentrado, tanto metanol puro quanto bebidas “fortes” falsificadas (como vodka) e contaminadas com a substância pode “matar” o vírus e impedir que ele contamine uma pessoa.

O país foi seriamente afetado pela pandemia de Covid 19, com mais de 90 mil casos confirmados e mais de 5 mil mortes.

Fonte: Associated Press