Estudo indica que 1,7 bilhão de pessoas têm risco de desenvolver Covid-19 severa

Pesquisa britânica apontou que cerca de 20% da população mundial têm algum fator de risco que pode complicar infecção
Renato Santino17/06/2020 18h18

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Desde o início da pandemia de Covid-19 se discute a proteção aos grupos de risco, mas um estudo agora conseguiu estimar quão grande é esse grupo. Pesquisadores britânicos estimam que a população que conta com algum fator que pode agravar a infecção pelo coronavírus pode chegar a 1,7 bilhão no mundo inteiro.

O estudo, liderado pelo pesquisador Andrew Clark, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, analisou dados globais, de 188 países, para estimar o percentual da população que está exposta ao agravamento da doença, e chegou a conclusão de que o “grupo de risco”, na verdade é 20% das pessoas no mundo.

Para chegar a esse estudo, os cientistas observaram as estatísticas de incidências de comorbidades que já são conhecidas como complicadores de Covid-19. Entre elas estão diabetes e problemas cardíacos, renais ou respiratórios crônicos, por exemplo.

Pelas estatísticas, cerca de 1,3 bilhão de pessoas contam com um dos fatores complicadores da Covid-19. Para piorar, ainda existe um grupo de 437 milhões com duas ou mais comorbidades que tem riscos ainda mais altos de desenvolverem a forma mais grave da doença. O estudo ainda estima que, dentro dessa população de alto risco, cerca de 349 milhões necessitariam de internação se forem infectados.

Os pesquisadores também contabilizaram as pessoas com mais de 50 anos que não têm condições conhecidas que possam agravar a doença, já que a própria idade pode ser considerada um fator complicador. Esse grupo é de 882 milhões.

A pesquisa não leva em consideração, no entanto, uma série de outros fatores que podem mitigar ou agravar riscos em caso de infecção. Os autores admitem esse fato, apontando que um fator de risco pode ser mais ou menos relevante para o sucesso do tratamento dependendo da idade do paciente, com os mais jovens com mais chances de evitar a forma severa da Covid-19, enquanto os mais velhos têm mais riscos. Também não se leva em consideração outros fatores como obesidade, etnia e questões socioeconômicas.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital