Covid-19: UE faz acordo com farmacêuticas para garantir medicamentos

A Comissão Europeia quer que os 27 países do grupo possam comprar as drogas RoActemra (da Roche) e Rebif (da Merck) antes que faltem no mercado
Renato Mota08/07/2020 19h31

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Para garantir o fornecimento de possíveis medicamentos para o tratamento da Covid-19, a União Europeia fez um acordo com as farmacêuticas Roche e Merck. A ideia é garantir que os 27 países do grupo consigam adquirir as drogas RoActemra (para artrite) e Rebif (para esclerose múltipla), ambas vistas como potenciais terapias para o novo coronavírus.

A Merck confirmou que a Comissão Europeia havia solicitado que a empresa estivesse preparada para fornecer o Rebif aos países da UE “mediante solicitação, se e quando a indicação para o tratamento da Covid-19 for julgada”.

A Roche também confirmou as negociações, e disse em comunicado que “se comprometeu a atender às necessidades de suprimento de pacientes elegíveis com pneumonia associada à Covid-19 na UE e em todo o mundo, de maneira equitativa e sustentável”.

No início de junho, médicos da Universidade de Michigan, nos EUA, afirmam que o tocilizumab (anticorpo monoclal recombinante que compõe a RoActemra) pode reduzir drasticamente a chance daqueles que necessitam respiração mecânica morrerem. Para o tratamento da artrite, a droga funciona bloqueando o receptor de uma proteína do sistema imunológico que desempenha um papel importante no processo inflamatório, o IL-6.

No caso de infecção pelo Sars-Cov-2, o remédio não permitiria a ligação da molécula IL-6 produzida ao seu receptor e, com isso, impediria a ação de citocinas pró-inflamatórias associadas aos quadros graves da doença. A Roche está realizando um teste com 330 pacientes do RoActemra e garante que compartilharia dados o mais rápido possível.

O medicamento também está sendo testado em combinação com o antiviral remdesivir da Gilead, único medicamento até agora autorizado pela UE para uso contra a Covid-19. Já o Rebif foi desenvolvido pela empresa suíça de biotecnologia Serono antes da Merck comprar a empresa. Assim como o medicamento da Roche, ele tem como alvo proteínas no corpo associadas à inflamação.

Via: Reuters

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital