Com as pessoas seguindo recomendações para ficar em casa para se proteger do novo coronavírus, o aumento dos pedidos de comida e produtos pela internet era um movimento natural. No entanto, muitos ainda têm dúvidas sobre a transmissão do vírus nesses itens entregues em casa. Felizmente, ao que parece, não há muitos riscos – desde que as medidas corretas sejam tomadas.
No caso dos alimentos entregues, não há evidências de que o vírus possa ser transmitido através deles ou de suas embalagens – mesmo assim, a higienização do pacote recebido é recomendada.
Essa preocupação é menor ainda se o alimento for cozido de alguma forma. Se o pedido é de algo frio, como uma salada, por exemplo, pode haver algum risco se a refeição tiver contato com alguém infectado. Mas, se os alimentos são manuseados adequadamente, e seguindo padrões de higiene impostos por órgãos reguladores, deve haver pouca chance de ocorrer algum problema.
A maior preocupação, no entanto, é a transmissão da doença do entregador para o cliente, ou vice-versa, por conta do contato direto realizado no momento da entrega. Para tentar minimizar esses problemas, apps como o iFood disponibilizaram uma opção de entrega “Sem contato”, o que, em teoria, diminui os riscos de infecção.
Outra opção que pode ser usada na entrega é combinar um local para o entregador deixar a comida. Isso é possível graças aos campos de “instrução de entrega”, normalmente disponibilizados por aplicativos desse tipo.
Entregas do correio
Estudos recentes apontam que é tecnicamente possível que um pacote entrega pelo correio chegue contaminado após passar por algum lugar com a presença do vírus. No entanto, dependendo do material, o tempo em que ele permanece vivo pode variar.
Um artigo, publicado pela revista New England Journal of Medicine, descobriu que o vírus pode sobreviver por até quatro horas em superfícies de cobre, e 24 horas em papelão. No caso de plástico e aço inoxidável, esse tempo é maior e pode ser de até 72 horas.
Por esse motivo, tanto em entregas de comida, quanto de itens pelo correio, autoridades de saúde do mundo todo recomendam que as pessoas lavem a mão após manusear os produtos. Além de, obviamente, evitar levar as mãos aos olhos, boca e nariz antes de lavá-las.
Uso do celular
Antes da epidemia, algumas pessoas eram relutantes em emprestar seus smartphones para outras por diversas razões. Agora, essa preocupação deve ser ainda maior. Isso porque falar ao telefone gera gotículas invisíveis de saliva no ar que, se vindas de uma pessoa infectada, pode não só contaminar o aparelho, mas também o ambiente.
Uma pessoa infectada pode pulverizar no ar gotículas contaminadas enquanto faz uma ligação. Além disso, devido ao material de composição de alguns aparelhos atuais – o plástico – como vimos logo acima, o vírus pode sobreviver por até 72 horas.
Se uma pessoa infectada entrega o telefone para outra, a doença pode ser transferida para as pontas dos dedos do indivíduo que recebeu o aparelho. Se ele, em um momento de distração, tocar a boca, olhos ou nariz, pode contrair a doença.
Para saber como desinfectar corretamente seu telefone, o Olhar Digital publicou recentemente um tutorial sobre como fazer a higienização dos aparelhos de forma correta.
Fezes também transmitem
O fator de transmissão do novo coronavírus também pode ser realizado de maneira oral-fecal. Esse é um tipo de doença que pode ser detectada facilmente nas fezes, o que significa que esse pode se tornar mais um fator de contágio.
Isso significa que, por exemplo, pequenas partículas de fezes que ficam no ar após uma descarga podem se depositar em escovas de dente, celulares levados ao banheiro ou superfícies/ alimentos que estiverem em uma sala próxima. Por esse motivo, a lavagem de mãos é crucial para evitar o contágio, além de alguns pequenos cuidados com o uso de locais compartilhados, como banheiros.
Cuidados gerais
Como citado várias vezes, lavar as mãos com frequência e reduzir a distância de pessoas ao andar na rua estão entre as principais recomendações. Mas, além disso, vale destacar a ideia de manter seu celular apenas para você e limpá-los com frequência usando álcool 70% – obviamente ele deve estar desligado e fora da tomada.
Em entregas gerais, tente manter certa distância do entregador. Muitos deles já renunciaram do sistema de assinatura para confirmar a entrega, o que significa que não será necessário tocar em um dispositivo ou caneta que muitos outros já manipularam.
Por fim, pode-se limpar muito bem o pacote recebido antes de abri-lo e lavar as mãos de forma correta, respeitando a regra dos 20 segundos, depois de descartar a embalagem do produto.
Via: Cnet/ Science Alert