Covid-19: MIT cria sistema que monitora pacientes por Wi-Fi

Com inteligência artificial, o equipamento analisa a frequência respiratória e a qualidade do sono dos pacientes em suas casas
Vinicius Szafran14/04/2020 21h43, atualizada em 14/04/2020 22h02

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Hospitais em todo o mundo lutam para evitar a superlotação e manter os profissionais de saúde em segurança durante a pandemia de Covid-19. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), mais de nove mil profissionais já se contaminaram com o novo coronavírus e pelo menos 27 morreram. Para diminuir esse número, uma equipe do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts – desenvolveu um monitor sem fio que permite o monitoramento dos pacientes à distância.

O dispositivo feito por pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL) é similar a um grande roteador Wi-Fi. O Emerald, como é chamado, é montado em uma parede e emite sinais que refletem nos pacientes. O sistema usa inteligência artificial para analisar os padrões recebidos e inferir a taxa de respiração, a qualidade do sono e o movimento das pessoas. Ele é sensível o bastante para detectar os movimentos do peito (traduzidos em frequência respiratória) e distinguir entre diferentes pessoas. O Emerald pode apontar se um paciente está com dificuldades para respirar, e tudo pode ser acessado remotamente por um médico.

A equipe do CSAIL já usou o Emerald em uma casa de repouso, monitorando uma paciente de Covid-19. Conforme a paciente se recuperava, sua frequência respiratória baixou de 23 para 18 respirações por minuto, seu sono melhorou e ela passou a se mover mais rapidamente por seu apartamento.

“Dado que o Emerald pode gerar dados importantes de saúde sem qualquer contato com o paciente, isso poderia minimizar o risco de que médicos e enfermeiros transmitissem a doença de seus pacientes”, afirmou o Dr. Ipsit Vahia, professor assistente de psiquiatria da Harvard Medical School.

A tecnologia pode ser especialmente útil para casas de repouso e locais com enfermagem especializada, onde os profissionais de saúde correm mais risco de contrair a doença.

O uso do Emerald pode permitir que pacientes menos graves fiquem em casa, mas continuem sendo acompanhados de perto pelos médicos. No futuro, ele poderá ser usado para monitorar diferentes condições, como ansiedade, insônia e apnéia do sono. Essa tecnologia, juntamente com a telemedicina, pode impulsionar uma busca maior por atendimentos de saúde remotos.

Via: Engadget

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital