Muitos estudos têm buscado prever os desdobramentos da disseminação do novo coronavírus no Brasil. Um dos especialistas que faz esse trabalho é o estatístico Carlos Alberto de Bragança Pereira.
Carlos explica que a precisão dessas previsões tem de ser refinada diariamente, com a adição de dados do dia anterior – que são as únicas informações precisas que se tem atualmente. É pouco provável que as previsões atinjam 100% de acerto, já que se tratam de probabilidades, mas o objetivo é errar cada vez menos.
O modelo usado atualmente para os cálculos é a distribuição de Weibull, uma análise que considera o número de infectados e o período de sobrevida ao vírus nos casos fatais. Os parâmetros são os números oficiais divulgados pelo governo diariamente.
Para ontem, 12 de maio, o professor havia estimado um total de 47.525 casos confirmados em São Paulo. O Estado teve 47.719 e o erro do especialista foi de 0,41%. Já os óbitos acumulados haviam sido calculados por ele em 3.890. Como foram 3947, o percentual de erro atingiu 1,44%.
No Rio de Janeiro, as previsões também tiveram variações em relação aos números confirmados. Carlos calculou que haveria 18.769 no total e foram 18.486, uma diferença de 1,53%. Já as mortes, estimadas em 1868 por ele, chegaram a 1928, uma variação de 3,41%.
Essas previsões podem ser muito úteis para os governantes. Afinal, são eles que determinam quais as próximas medidas a serem adotadas no enfrentamento à pandemia.
Carlos explica que não é possível determinar quando será o pico das contaminações. O que se tem são estimativas. E elas ficam mais próximas da realidade quanto mais acertados são os números utilizados.
Como as probabilidades são calculadas com base em números anteriores, quanto mais longe elas estiverem, mais imprecisas serão. A partir dos dados de ontem, 12 de maio, o estatístico prevê que amanhã, 14 de maio, serão 216.317 casos confirmados em todo o Brasil. Em termos de mortes, devem haver mais 665 no país, levando o total para 14.714.