Cientistas vinculam Covid-19 prolongada a quatro síndromes distintas

Alguns pacientes que sequer manifestaram formas graves da doença viram sintomas se agravarem ao longo dos meses
Renato Santino15/10/2020 18h39

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A essa altura, você provavelmente já deve conhecer bem os sintomas da Covid-19 e a duração da doença. Na maior parte dos casos, a doença se manifesta com febre, tosse, perda de olfato e paladar e, normalmente, os sintomas passam após algum tempo, com tempo de recuperação estimado em duas a três semanas. No entanto, para um grupo pequeno de pacientes, que experimentam a Covid-19 persistente, esta não é a realidade.

Como relata a BBC, uma análise conduzida pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Reino Unido indica que essa Covid persistente podem ser quatro síndromes diferentes, que não estão sendo tratadas adequadamente.

A análise do instituto foi baseada na entrevista com 14 pacientes que fazem parte de um grupo de suporte à Covid persistente no Facebook, que apontou alguns sintomas recorrentes afetando a capacidade respiratória, o cérebro, coração e o sistema cardiovascular, os intestinos, o fígado e até mesmo a pele.

Esses sintomas, segundo estudo, estão ligados a quatro condições:

  • Dano permanente ao pulmão e ao coração
  • Síndrome pós-tratamento intensivo
  • Síndrome de fadiga pós-viral
  • Sintomas contínuos de Covid-19

O que torna a situação da Covid prolongada mais estranha é que não há um padrão claro para sua manifestação. Segundo os pesquisadores, em muitos casos a condição se apresenta para pacientes que precisaram de muito tempo de internação, e que apresentaram as formas mais graves da doença. No entanto, essa não é uma regra tão clara assim. Existem pessoas que sequer precisaram de internação, e que tiveram formas mais leves da doença, e ainda assim continuam apresentando problemas relacionados a ela por meses após o contágio.

A avaliação indica que é cada vez mais claro, que, apesar de a doença seguir um caminho curto para a maioria, para alguns ela é uma condição de longo prazo, e seus sintomas podem se agravar com o tempo.

Elaine Maxwell, uma das autoras do estudo, aponta que algumas pessoas que sequer foram diagnosticadas com Covid-19, já que seus sintomas iniciais foram leves e não precisaram de hospitalização ou de testes, hoje sofrem mais do que quem precisou de internação e ventilação pulmonar.

Diante dessa situação, Maxwell aponta para a necessidade de mais atenção e suporte aos casos prolongados de Covid-19. O Reino Unido inclusive planeja abrir clínicas especializadas na condição para atender melhor esse tipo de paciente.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital