O Brasil é o país que mais registrou novas contaminações do novo coronavírus nos últimos 14 dias, aponta levantamento do Centro Europeu para o Controle e Prevenção de Doenças, publicado nesta sexta-feira (5). Os dados mostram que a nação sul-americana superou os índices dos Estados Unidos e agora representa o novo epicentro da pandemia de Covid-19 no planeta.

De acordo com o órgão europeu, o estado brasileiro registrou, em duas semanas, 304,8 mil contaminações de Covid-19, enquanto os EUA contabilizaram 295 mil novas ocorrências. Em terceiro lugar, a Rússia computou 123 mil novos diagnósticos positivos da doença.

Os números do Brasil no período correspondem a quase a metade das infecções identificadas desde o início da pandemia. O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na noite de quinta-feira (4), aponta mais de 614 mil contaminações e 34 mil mortes pelo novo coronavírus no país.

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Com 220.060 casos e 15.947 óbitos, região Sudeste concentra maior parte dos casos de coronavírus no Brasil. Imagem: Rahel Patrasso/Reuters

No mundo, foram registrados cerca de 1,5 milhão de novos casos de Covid-19. Isso significa que o Brasil foi responsável por cerca de 20% das ocorrências nos últimos 14 dias, embora represente apenas 2,7% da população mundial.

A pandemia já infectou mais de 6,6 milhões de pacientes e provocou 392 mil mortes em 188 países e regiões. Os Estados Unidos mantêm a liderança de números totais de contaminados, com 1,8 milhão de casos e 108 mil mortes. O Brasil configura o segundo país com mais ocorrências, e o terceiro em quantidade de óbitos registrados.

Exames de diagnóstico

Apesar da escalada da pandemia no país, a quantidade de exames de diagnóstico realizados para detectar o novo coronavírus no Brasil ainda está longe dos indicadores de outras nações que ocupam o topo da tabela de quantidades de casos e mortes relacionados à Covid-19. De acordo com boletins das secretarias estaduais de saúde, o Brasil executou, até está sexta-feira (5), cerca de 990 mil testes –  4,6 exames por milhão de habitantes.

Em comparação, segundo a plataforma Worldometer, os Estados Unidos fizeram pelo menos 19,7 milhões de exames (59 por milhão de habitantes), enquanto a Rússia conduziu 12 milhões de procedimentos (82 por milhão de habitantes). Entre os 10 países com maior número de casos da doença, os números de testagem do Brasil superam apenas a Índia, que embora tenha realizado 4,3 milhões de exames, registra apenas 3,1 testes por milhão de habitantes.

Os exames de diagnóstico são recursos fundamentais para especialistas e autoridades projetarem cenários realistas da evolução da pandemia em um território. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a capacidade de testagem da população é um critério fundamental para que um país ou região possa flexibilizar regras de distanciamento social com segurança.

Fonte: UOL/G1