Brasil deve chegar a 100 mil mortos por Covid-19 neste sábado

À medida que lojas, bares e restaurantes reabrem, número de contaminados e mortos por dia pelo novo coronavírus apresenta crescimento
Redação08/08/2020 17h50

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Embora a pandemia da Covid-19 não tenha chegado ao seu pico no Brasil, o país está enfrentando o seu surto mais letal desde a gripe espanhola no início do século XX. Segundo estatísticas, a marca de 100 mil mortos por Covid-19 pode chegar ainda nesse fim de semana. O recorde é um dos resultados das medidas de relaxamento do isolamento social: em todo o país, restaurantes, lojas, bares e hotéis voltaram a atender o público.

“Devíamos viver em desespero, porque esta é uma tragédia como uma guerra mundial. Mas o Brasil está sob anestesia coletiva”, disse o Dr. José Davi Urbaez, membro sênior da Infectious Diseases Society. “A mensagem do governo hoje é: ‘Pegue seu coronavírus e se for sério, faça terapia intensiva’, isso resume nossa política hoje”, critica Urbaez.

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O número de mortos por Covid-19 continua crescendo todos os dias desde o inicio da pandemia no Brasil e as medidas tomadas pelo governo não estão sendo eficazes segundo especialistas. Créditos: Unsplash/Reprodução.

Especialistas criticam a falta de um plano contra a Covid-19

Não apenas Davi Urbaez, mas muitos especialistas em saúde pública no Brasil já deram o alarme de que o país não tem um plano coordenado para combater a pandemia. “Não sabemos onde isso vai parar, talvez em 150 mil ou 200 mil mortes, só o tempo vai mostrar o impacto do coronavírus no Brasil”, disse Alexandre Naime, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas da Universidade Estadual Paulista.

“O Brasil começou bem, e se perdeu de uma forma que não vamos aceitar nunca”, disse Deisy Ventura, advogada especialista em ética e em saúde pública e coordenadora do doutorado de Saúde Global e Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a advogada, o Brasil teve tempo de se preparar para a doença, visto que a a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência sanitária no dia 30 de janeiro.

“No momento em que todos deveriam estar unidos, instalou-se uma guerra entre o governo federal e governos locais, a situação em nosso país é muito caótica. Agora, a população paga um preço alto pela reabertura do comércio, que está custando muitas vidas”, criticou a especialista.

Fonte: Reuters e Uol


Colaboração para o Olhar Digital

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