CES 2020: carros elétricos, autônomos e voadores roubam a cena

Renato Santino10/01/2020 22h03, atualizada em 11/01/2020 22h00

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Ué, cadê aquele “futuro” previsto nos filmes de ficção científica que fizeram tanto sucesso nas últimas décadas? Estamos em 2020. Cadê os carros voadores? Com certeza, muita gente acreditava que, a este ponto, já estaríamos todos longe do trânsito caótico das grandes cidades e circulando pelos ares; ou, quem sabe, até vivendo em outros planetas. Pois é, ainda não. Mas, acredite, aquele “futuro” do cinema está mais próximo. A visão de mobilidade urbana apresentada na maior evento de tecnologia do ano, a Consumer Electronics Show, em Las Vegas, mostrou que estamos perto de viver mudanças significativas na forma como nos locomovemos pelas cidades; finalmente.

Já imaginou em um futuro próximo, quando você chamar um Uber e aparecer o S-A1, este drone gigante?! O protótipo é um dos conceitos de veículos elétricos mais impressionantes da CES 2020. Em uma parceria com a Uber, a Hyundai planeja iniciar a fabricação de táxis voadores como este muito em breve. O s-a1 tem capacidade para até 5 pessoas, incluindo o piloto, e foi projetado para voar a quase 300 quilômetros por hora. Com duas empresas de peso nessa história, certamente não vai demorar muito para voarmos de Uber por aí.

Outras empresas também mostraram conceitos de carros voadores. Mas calma, antes deles, a gente ainda precisa chegar nos autônomos; veículos que se dirigem sozinhos enquanto o motorista vira só mais um passageiro e pode simplesmente relaxar e curtir a viagem. Muitos exemplos de carros autônomos foram mostrados em Las Vegas esta semana. Um dos que mais chamou nossa atenção foi esse modelo da audi. Quando o dono do carro quiser ser apenas conduzido, o volante se esconde e o cockpit se transforma em uma mesa retrátil; os pedais viram confortáveis apoio para os pés.

A Toyota exibiu seu carro conceito LQ com nível 4 de automação – quando o motorista já é praticamente dispensável. Outra marca japonesa, a honda, fez um pouco diferente; o protótipo de veículo autônomo da marca também não tem mais pedais, mas o volante continua ali – apenas para quando o motorista estiver a fim de conduzir; caso contrário, é só sentar e relaxar. Além do design, o destaque da proposta dos japoneses da Honda são os controles de direção minimalistas do veículo. Bom, sem pedal, como faz para acelerar? Simples, basta empurrar ou puxar o volante em forma de disco para controlar a velocidade do veículo.

Mas a grande conquista do setor do momento é que a tecnologia que vai permitir a automação dos veículos já existe e evolui a passos largos; chips específicos para conectar os carros combinados com sensores cada vez mais modernos e precisos permitem que os autônomos não só conversem com outros carros, mas também com sinais de tráfego e até pedestres.

Um relatório recente da consultoria norte-americana McKinsey mostra que, nos últimos 2 anos, quase 120 bilhões de dólares foram investidos em pesquisa e desenvolvimento do ecossistema dos autônomos. No ano passado, a indústria de sensores e radares registrou um “boom” significativo de investimentos.

E para fechar esse capítulo, por fim, a grande surpresa da CES 2020, mais do que o protótipo de carro voador da Hyundai em parceria com a Uber, foi o carro elétrico da Sony; sim, da Sony, a gigante japonesa da eletrônica. O modelo vision s é recheado de tecnologia, principalmente de entretenimento. Uma enorme tela panorâmica cobre todo o painel do carro. Mas, mais do que isso, o modelo da sony traz outras tecnologias desenvolvidas pela marca que podem ser usadas em novos veículos elétricos. Cerca de 33 sensores ao redor do modelo identificam pessoas e outros veículos. No interior, o sistema de som 360 oferece uma experiência sonora incrível, inclusive com alto-falantes embutidos nos assentos.

Carros sempre são um show à parte em Las Vegas; nas ruas e nos corredores da CES. As soluções vistas por aqui realmente mostram que essa viagem que termina nos céus, movida a bateria e com o fim dos motoristas está finalmente chegando ao destino.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital