Grandes congestionamentos, poluição, serviços ineficientes… Esses e outros tormentos urbanos estão com os dias contados. Pelo menos para aqueles que tiverem a sorte de viver em uma smart city, conceito que tem ganhado espaço nos últimos anos quando se fala em desenvolvimento urbano. A ideia de cidade inteligente (que ainda engatinha no Brasil) tem como base o uso de tecnologias, serviços e gestão  inovadores, que permitem tornar a administração mais eficiente, melhorar a qualidade de vida de seus moradores (em áreas como mobilidade e acesso a serviços) e proporcionar uma cidade mais sustentável, economicamente e ambientalmente falando.

Um dos pontos mais enfatizados quando se fala em cidades inteligentes é a tecnologia. Segundo previsões da consultoria IDC, os gastos com TI em smart cities em 2022 serão da ordem de 158 bilhões de dólares, contra os 81 bilhões estimados para 2018. A maior parte desse montante deve ser utilizado em tecnologias como sistemas de vigilância com identificação visual, gestão de trânsito e iluminação externa inteligente.

Mas para que toda essa inovação se concretize, é preciso investir em conectividade e comunicação. Em primeiro lugar, tudo precisará estar conectado: carros, semáforos, sistemas de iluminação, transporte público, pessoas, tudo deverá estar em rede – o que exige uma infraestrutura de conexão eficiente que envolve soluções como  fibra óptica, além de planejamento e preparação adequadas de novas estruturas, com o investimento em obras que já estejam preparadas para a adoção de tecnologias inovadoras, evitando gastos desnecessários e perda de tempo no futuro.

Segundo, mas não menos importante, é a comunicação com os principais interessados: os moradores. Ações para criação de cidades inteligentes que não se comuniquem de forma eficiente com os cidadãos, que não entendam seu comportamento e ouçam os seus desejos já na fase de desenvolvimento estão fadadas ao fracasso. Ações focadas apenas em tecnologias, escolhidas “de cima para baixo”, são um prato cheio para o desperdício de dinheiro e tempo. Nesse aspecto, a tecnologia também é um forte aliado, permitindo monitorar, analisar e entender o comportamento da população. Segundo o instituto Gartner, para atender às necessidades dos cidadãos e para o desenvolvimento de novas cidades inteligentes, tecnologias como chatbots (robôs de atendimento) e de machine learning (aprendizado de máquina) são essenciais para entender as necessidades dos cidadãos e até mesmo engajá-los nesse processo. Com a análise dos dados de big data coletados é possível criar algoritmos que aprimoram a interação dos moradores com as smart cities.  

A tecnologia é importante para o desenvolvimento das cidades, mas ela precisa ter como base o diálogo entre os governantes e a população, além da análise das informações coletadas. Só assim é possível criar serviços que realmente atendam às necessidades dos habitantes.