A estreia mais esperada da próxima quinta-feira nos cinemas brasileiros é Bacurau, filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles com Sonia Braga no elenco. 

Essa é uma lista diferente, pois mistura filmes com séries e novelas na esperança de fazer justiça a uma atriz que marcou época com tantos personagens carismáticos.

Decidi deixar de fora obras em que a participação dela não é muito importante, como a ponta em O Bandido da Luz Vermelha e a presença como coadjuvante em O Capitão Bandeira Contra o Dr. Moura Brasil, dois filmes em que ela era muito jovem, em início de carreira, mas que estariam em qualquer lista motivada pela obra de seus diretores ou atores principais.

 

Eu Te Amo (Arnaldo Jabor, 1981)

Braga no auge, contracenando com Paulo Cesar Pereio em um drama erótico e claustrofóbico. Jabor começa a exagerar nas afetações, perdendo boa parte da força demonstrada no longa anterior, Tudo Bem (1978), mas os atores ainda seguram.

Rookie: Um Profissional do Perigo (Clint Eastwood, 1990)

O Beijo da Mulher Aranha abriu o caminho para a atriz em Hollywood, e lá, seu melhor papel foi como vilã, neste filme menor, mas bem digno, do grande Clint Eastwood.

Dancing Days (novela de Gilberto Braga, 1978)

Os primeiros 80 episódios, mais ou menos, são de antologia. Infelizmente, a rede Globo teve a péssima ideia de esticar a novela por causa do sucesso, da Disco e da trama, e o nível cai consideravelmente ao longo dos 173 episódios. Está na lista por causa da primeira metade.

A Dama do Lotação (Neville D’Almeida, 1978)

Uma das melhores adaptações de Nelson Rodrigues mostra Sonia Braga como Solange, moça que não consegue sentir atração por seu marido e se entrega a estranhos em ônibus lotados. Um clássico do imaginário masculino brasileiro, com bela música de Chico Buarque e uma atriz que promove o empoderamento feminino com mais de 30 anos de antecedência.

Dona Flor e Seus Dois Maridos (Bruno Barreto, 1976)

O melhor filme de Barreto traduz o universo de Jorge Amado de maneira lúdica e poética, com um trio de atores em estado de graça: Mauro Mendonça, José Wilker e nossa rainha.

Vila Sésamo (série escrita por Marcos Rey, 1972-1977)

Quem foi criança nos anos 1970 não esquece a nossa versão de Sesame Street, escrita por um Marcos Rey inspiradíssimo e interpretada por atores de primeira como Sonia Braga, Aracy Balabanian e Armando Bógus. Ao longo da série, Braga foi construindo seu reinado no cinema e nas telenovelas.

O Beijo da Mulher Aranha (Hector Babenco, 1985)

William Hurt, Raul Julia e Sonia Braga em um belíssimo e duro filme de Babenco baseado em romance de Manuel Puig. 

Gabriela (novela de Walter George Durst baseado em romance de Jorge Amado, 1975)

Havia estofo no romance de Jorge Amado para uma novela de 136 episódios com direção de um triunvirato formado por Walter Avancini, Gonzalo Blota e Roberto Talma. Um timaço coroado pela presença de José Wilker e grande elenco e a beleza fulgurante da bela Sonia Braga como Gabriela.

Saramandaia (novela de Dias Gomes, 1976)

Esta é outra novela longa, com 160 episódios. Mas Dias Gomes bolou um universo de realismo mágico que beira a perfeição, incluindo um homem que vomita seu coração, um outro que tem formigas saindo de suas narinas, João Gibão e suas asas de anjo e uma obesa que explode de tanto comer. Inesquecível.