Spcine Play libera seu catálogo por 30 dias

No catálogo, pérolas brasileiras e internacionais
Redação18/03/2020 22h58, atualizada em 18/03/2020 23h03

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Megaprojetos

Neste período de confinamento, nada melhor do que curtir um filme em casa. Melhor ainda se um dos melhores catálogos de streaming disponibiliza tudo de graça, por 30 dias.

Foi o que fez o SPCine Play a partir desta terça, 17, justamente quando começaram a fechar vários locais públicos das grandes cidades brasileiras, especialmente em Rio e São Paulo. Felizmente, a SPCine Play chega em todas as cidades brasileiras.

No catálogo, nada menos do que três obras-primas de Manoel de Oliveira (1908-2015), o grande mestre do cinema português: “O Estranho Caso de Angélica” (2010), “O Gebo e a Sombra” (2012), seus dois últimos longas, e “Visita ou Memórias e Confissões”, filme que ele realizou em 1982 para ser exibido em público somente após sua morte.

Outro cineasta essencial presente no catálogo é Andrea Tonacci, representado por seus dois últimos longas, os geniais “Serras da Desordem” (2006) e “Já Visto Jamais Visto” (2014), dois dos melhores filmes do cinema brasileiro deste século, além do primeiro longa, “Bang Bang” (1971), um dos melhores exemplares do cinema de invenção (1967-1972), mais o ensaístico e altamente político (não que os outros deixem de ser) “Conversas no Maranhão” (1981). Complementam sua estante dois curtas de início de carreira, o monumental “Bla Bla Bla” (1968) e “Olho por Olho” (1966).

Na seção de filmes da Mostra Internacional de São Paulo, a mesma que tem os filmes de Manoel de Oliveira, podem ser encontradas duas outras obras-primas do cinema contemporâneo: “Cães Errantes” (2013), de Tsai Ming Liang, e “Os Campos Voltarão” (2014), de Ermanno Olmi.

E na seção de clássicos brasileiros, obras inesquecíveis como “São Bernardo” (1971), de Leon Hirszman, “A Miss e o Dinossauro” (2005), de Helena Ignez (diretora com outros filmes representados, todos indicados), os subestimados “A Hora Mágica” (1993), “Perfume de Gardênia” (1992), “A Dama do Cine Shanghai” (1988) e “Flor do Desejo” (1984), de Guilherme de Almeida Prado (um dos desbravadores do pior momento do cinema brasileiro), “A Hora da Estrela” (1985), de Susana Amaral, e os três melhores filmes de João Batista de Andrade: “O Homem que Virou Suco” (1981), “A Próxima Vítima” (1983) e “O País dos Tenentes” (1987).

Já indicamos muitos filmes de José Mojica Marins, e eles também estão disponíveis na plataforma. São obrigatórios não só para fãs de terror, mas para quem admira o cinema moderno brasileiro em seu mais inventivo e original. Destaques para “À Meia Noite Levarei Sua Alma” (1964), “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” (1966) e “O Despertar da Besta” (1969). Infelizmente ainda não está no catálogo o essencial “Exorcismo Negro” (1974).

Finalmente, há muitos outros filmes recentes que vale conhecer ou rever, especialmente brasileiros deste século, além de filmes clássicos de Hector Babenco, como “Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia” (1977), “Brincando nos Campos do Senhor” (1990) e “Carandiru” (2003).

Com um catálogo desse nível fica muito mais fácil resistirmos à pandemia no conforto de nossas casas.

* Sérgio Alpendre é crítico e professor de cinema

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital