Eddie Murphy estava no auge da popularidade. Mas John Landis já não era mais garantia de sucesso em Hollywood, após filmes não muito bem sucedidos como Um Romance Muito Perigoso e Três Amigos.
Os dois se juntaram para repetir a parceria do bem-sucedido Trocando as Bolas (1983), e o resultado foi o estrondoso Um Príncipe em Nova York, provavelmente o melhor entre todos os filmes que Murphy protagonizou (sim, estou contando os da série Um Tira da Pesada, mesmo o terceiro, que é também dirigido por Landis).
A trama é um achado e tanto: o príncipe de um país africano muito rico viaja com seu assistente para Nova York. Quer conhecer o mundo antes de assumir compromissos com sua nação, e principalmente quer encontrar uma garota que não saiba que ele pode comprar o mundo se quiser e goste dele pelo que ele é. Na cidade-maçã ele conhece Lisa e se apaixona por ela. Mas esconde o tempo todo sua realeza. Seu assistente, ao contrário, usa as regalias do patrão rico para impressionar outras garotas, o que rende umas boas risadas.
Com algumas das piadas visuais mais engraçadas dos anos 1980, coadjuvantes de peso como Arsenio Hall (Semmi, o assistente do príncipe), James Earl Jones (o rei), Shari Headley (Lisa, o par romântico do príncipe) e Allison Dean (a irmã de Lisa), além de um tom de comédia romântica dominando a metade final, Um Príncipe em Nova York é do raro tipo de comédia hollywoodiana que conjuga uma certa vulgaridade controlada (a maneira como Murphy e Hall interpretam vários personagens, por exemplo) com uma fineza de humor que remete aos grandes clássicos do cinema americano. Uma obra-prima da comédia oitentista.