Pássaro do Oriente

Atriz sueca interpreta personagem que após trauma de infância decide ir morar no Japão
Redação20/11/2019 15h05

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A Netflix promove umas misturas interessantes. Pássaro do Oriente, que seria melhor traduzido como “Pássaro do Terremoto”, tem um diretor inglês, Wash Westmoreland, é ambientado no Japão, com boa parte dos diálogos em japonês, e protagonizado por uma atriz sueca, Alicia Vikander.

Ela interpreta Lucy Fly, que após um trauma de infância começa a estudar japonês e depois de alguns anos resolve morar no Japão, onde trabalha como tradutora. Ali ela se envolve com Lily Bridges, uma americana aparentemente meio atirada e fútil e com um fotógrafo japonês misterioso chamado Teiji. Logo no início, ficamos sabendo do desaparecimento de Lily, e Lucy Fly se torna uma das suspeitas.

O trauma não faz bem à mente de Lucy, e após a morte acidental de uma colega, numa queda bizarra de uma escada, ela começa a achar que tem a morte ao seu redor. Com isso, começa a ter alucinações, e a estranhar algumas ações e reações de quem está por perto, sobretudo Lily, que parece viver em uma dimensão paralela. 

Westmoreland dirigia com Richard Glatzer. O melhor filme da dupla é Para Sempre Alice, com Julianne Moore como uma professora que começa a ter Mal de Alzheimer. Sozinho, dirigiu o razoável Colette e agora este interessante Pássaro do Oriente. Sua maior habilidade é a criação de uma atmosfera estranha, que propicia o suspense. O problema é que o tratamento alucinatório dado à personagem de Vikander, que no entanto está ótima, nem sempre convence, e por vezes atrapalha a trama central.

Dividido entre o onirismo e o thriller mais direto, o filme parece patinar em alguns momentos, sobretudo com o crescendo das alucinações de Lucy coincidindo com a certeza de que há algo errado no interesse de Teiji em Lily. 

Apesar de tudo, vemos o filme com interesse, principalmente após a meia hora inicial, quando os personagens são todos apresentados e começamos a nos envolver de fato com os medos de Lucy. O encantamento com a cultura japonesa nos ajuda a sentir, como Lucy, tudo que a vida lhe reserva de inusitado, incluindo um final tocante, que recoloca o filme nos trilhos.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital