O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Trio de roteiristas apresenta trabalho competente e diferente
Redação11/11/2019 12h11

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Para este novo longa da série O Exterminador do Futuro, foram escalados os roteiristas David S. Goyer, Justin Rhodes e Billy Ray, que retomam os personagens criados por James Cameron e Gale AnneHurd e também a história mais ou menos onde ela tinha parado, após O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991). Volta também o diretor James Cameron, mas desta vez apenas como produtor, uma vez que a direção coube ao medíocre Tim Miller (de Deadpool).

A estratégia de fingir que O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003) não existiu é compreensível, mas que não sirva para o espectador ignorar este belo filme de Jonathan Mostow, que está em pé de igualdade com os dois primeiros da série (ao contrário de todos que foram realizados depois). De fato, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, o sexto longa da série, pode ser considerado também o terceiro, uma vez que James Cameron funciona como a ligação entre este e os dois primeiros.

E este novo longa empalidece quando comparado aos dois primeiros principalmente porque seu diretor não é James Cameron. Tim Miller não soube realizar a montanha russa de ação que procura uma equivalência com o atual estatuto do gênero, em que tudo deve ser rápido, frenético, com pequenas pausas dramáticas, inseridas com precisão cirúrgica em momentos que parecem cronometrados. O que segura o filme é o universo construído nos dois primeiros filmes, sem o qual este novo tenderia a repetir o fracasso de O Exterminador do Futuro: Gênesis (Alan Taylor, 2015).

E como seria esse universo? A ideia de que a qualquer momento poderá voltar alguém do futuro para assassinar o futuro líder da resistência, John Connor, filho de Sarah. Acontece que logo no começo somos informados de que John teria sido assassinado logo depois da trama do segundo longa, pelo mesmo Scharzenegger que o havia protegido, então reprogramado e levemente humanizado pela tecnologia.

A trama, então, é repaginada para os tempos atuais. Sai o herói Scharzenegger (que no entanto continua no filme, e o espectador logo adivinhará quando reaparecerá), entra a heroína Mackenzie Davis, como Grace, a mulher biônica do futuro que volta para proteger a futura líder da resistência no futuro paralelo: uma mexicana chamada Dani Ramos (Natalia Reyes). Elas contam com a ajuda de Sarah Connor (Linda Hamilton), que após a morte do filho vive para caçar exterminadores do futuro (avisada por um misterioso espião que sempre sabe o local onde esses exterminadores vão chegar). 

Sim, é uma história um tanto estapafúrdia, com remendos de todos os lados para atender a necessidade de representatividade. Mas funciona. Porque a necessidade de representatividade só é um problema quando não se trabalha decentemente esse aspecto. O que dá para dizer é que o trio de roteiristas fez remendos com certa competência.

O problema é mesmo Tim Miller, que não consegue ir além do ritmo manjado na alternância entre cenas de ação frenética com piadinhas e momentos de um drama simplório com revelações interessantes. Apesar de sua direção burocrática, podemos ver o filme com alguma facilidade. 

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital