Atriz e escritora de inegável talento, Phoebe Waller-Bridge está colhendo os frutos da bem-sucedida segunda temporada de Fleabag, série escrita e estrelada por ela, que comentaremos na próxima semana.

A autora foi capa da mais recente edição do semanário The Hollywood Reporter. A revista publica uma longa entrevista, numa matéria intitulada “The future is Phoebe”, que menciona seu trabalho como uma das roteiristas responsáveis pela repaginada do agente secreto mais famoso do mundo, James Bond.

Como Daniel Craig, que encarnou o herói nos últimos quatro longas, já passou um pouco da idade para cenas de ação, houve a necessidade de passar o bastão, ao lado de toda uma revisão do sexismo inerente à série. Phoebe Waller-Bridge é a autora ideal para, junto de quatro homens (ironia das ironias), fazer do episódio algo mais sintonizado com questões contemporâneas como a recusa da objetificação da mulher, já em curso nos últimos longas.

É curioso, porque após Han Solo: Uma História Star Wars, de 2018, em que Phoebe interpreta um robô, parecia claro que sua carreira de atriz não atingiria muitos picos em Hollywood. Mas a de roteirista está obviamente em alta, como pudemos perceber com a série de suspense que criou para a BBC em 2018, Killing Eve.

A segunda temporada de Fleabag confirmou seu talento para a construção dramática e para a comédia cheia de malícia e inteligência, na filiação de Oscar Wilde e seu “witticism”, ou seja, uma espécie de piada espirituosa e esperta, bem ao modo inglês.

E aí surge essa missão de modernizar uma série muito mais velha que ela, uma atualização de Bond pela qual ela estaria ganhando cerca de 2 milhões de dólares, segundo sondagem da revista.

E ela não para, porque seu talento é multifacetado. Além de atuar em Nova York com monólogos de sua Fleabag, retomando suas origens teatrais, e de ter se envolvido na criação de uma nova série para a HBO chamada Run, ela escreve também um longa, com intenção de dirigi-lo. Segundo suas palavras, seria a verdadeira continuação de Fleabag. Estamos ansiosos, querida Phoebe.

Sérgio Alpendre