Coringa é o grande vencedor do Festilval de Veneza

Vitória despertou reações variadas no mundo do cinema
Redação09/09/2019 16h30, atualizada em 09/09/2019 20h00

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E Coringa, vejam só, ganhou o Leão de Ouro em Veneza. Todd Phillips, seu diretor, disse que não haveria o filme sem Joaquin Phoenix, deu na reportagem da Folha.

Por qualquer lado que analisemos, parece um divisor de águas: nunca um filme tão associado ao cinemão hollywoodiano ganhou o prêmio máximo de um festival tido como o mais europeizado entre os três grandes (Berlim, Cannes e Veneza). Isso tem dado margem a especulações sobre a natureza dessa premiação.

Já era sabido que o filme procura um novo caminho no universo dos blockbusters americanos, presos demais aos super-heróis. Ainda assim, é derivado dos quadrinhos, o que por si só garante a ele uma enorme força comercial.

É sabido também que raramente o melhor filme vence nesses festivais, uma vez que corre muito dinheiro nos mercados paralelos e o lobby para que este ou aquele filme entre em competição é muito forte. Não é sempre que os jurados ficam imunes a esse tipo de lobby. Não creio que possam ter sido comprados, mas direcionamentos de premiações são mais comuns do que se pensa em festivais europeus. No caso de não ter um vencedor nato, daqueles incontestáveis, o direcionamento se torna mais viável ainda.

Mas essa premiação pode querer dizer outras coisas: que Phillips tenha feito seu melhor trabalho, de longe; que o cinemão pipoca hollywoodiano finalmente tenha encontrado a fórmula para a nova equação prestígio+bilheteria, fórmula esta que sempre precisa de renovação conforme mudam as tendências; que Phoenix tenha levado o filme nas costas, como disse o diretor, e lembrando que Mickey Rourke fez o mesmo com O Lutador, melhor filme (disparado) de Darren Aronofsky, premiado com o Leão de Ouro em 2018.

Creio que essa premiação não fará diferença alguma no desempenho comercial do filme (e talvez seja o único premiado da história de Veneza que possa prescindir disso). Uma coisa é certa: aumenta a vontade de ver Coringa. Se for muito bom, todas as pulgas fugirão de trás de nossas orelhas. Se for, no máximo, do mesmo nível do melhor dos longas que Phillips fez anteriormente, haja remédio para curar as picadas.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital