Aqui está nossa lista dos melhores filmes sobre jornalismo, tendo a proximidade com o assunto como critério de desempate. Ou seja: ter jornalistas como protagonistas, como as obras-primas Cidadão Kane (Orson Welles, 1941) ou Crime Verdadeiro (Clint Eastwood, 1999) não é suficiente. É necessário ter o jornalismo como tema.

Curiosamente, todos os filmes são americanos. Será que só eles se interessam em construir dramas sobre o assunto?

Concorda com nossa lista? Discorda respeitosamente? Escreva para nós.

 

15. Spotlight: Segredos Revelados (Tom McCarthy, 2015)

Ganhou o Oscar. Embora isso não queira dizer grande coisa do ponto de vista cinematográfico, é, sim, um drama bem convincente sobre a atividade jornalística.

14. Frost/Nixon (Ron Howard, 2008)

Filme de atores da melhor extirpe. Uma fascinante especulação sobre um acontecimento, com um Frank Langella impecável como Richard Nixon.

13. O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (Adam McKay, 2004)

Anos antes de Vice, McKay se exercitava com esta comédia besteirol capitaneada por um elenco de malucos como Will Ferrel, Paul Rudd, Christina Applegate e Steve Carell. Imperdível se o negócio for rir à beça.

12. Quase Famosos (Cameron Crowe, 2000)

Excelente pedida para quem gosta de rock, mas também para estudantes de jornalismo. Cameron Crowe faz um relato semiautobiográfico de sua adolescência como aspirante a repórter da Rolling Stone americana.

11. Boa Noite e Boa Sorte (George Clooney, 2005)

O diretor Clooney acerta o tom neste belo relato sobre o funcionamento de um telejornal, com um inspirado David Strathairn no papel principal.

10. Nos Bastidores da Notícia (James L. Brooks, 1987)

O nome brasileiro dado ao filme já diz tudo. Vemos um bom retrato do que acontece dentro de uma redação de TV. Filme que envelheceu muito bem, como muitos dos anos 1980.

09. O Preço de uma Verdade (Billy Ray, 2003)

Aqui falamos sobre plágio como um dos maiores obstáculos a uma boa editoria jornalística. Hayden Christensen tem aqui um de seus melhores papeis e o roteirista Billy Ray estreava na direção com o pé direito.

08. The Post (Steven Spielberg, 2017)

Este não é só um dos melhores filmes sobre o jornalismo. É também um dos melhores filmes de Spielberg, com um duelo excepcional entre dois monstros: Meryl Streep e Tom Hanks.

07. Rede de Intrigas (Sidney Lumet, 1976)

Cruel relato da manipulação do público pela mídia e dos funcionários pelos executivos. Faye Dunaway está ótima como uma diretora inescrupulosa, e Peter Finch como o âncora que surta em rede nacional. Ambos ganharam o Oscar por suas atuações.

06. Todos os Homens do Presidente (Alan J. Pakula, 1976)

A Trama, do mesmo Pakula e realizado em 1974, é ainda melhor. Mas este já é excelente e trata mais agudamente da atividade investigativa do jornalista.

05. O Informante (Michael Mann, 1999)

O jornalismo como maneira de pressionar vilões da sociedade, com Al Pacino e Russell Crowe em atuações antológicas e uma direção precisa de um grande cineasta.

04. A Montanha dos Sete Abutres (Billy Wilder, 1951)

O jornalista muitas vezes também é vilão. Aqui, Kirk Douglas faz de tudo para explorar uma matéria. Faz até um atentado contra a saúde de um homem. Um dos filmes mais cruéis sobre o jornalismo, de um cineasta que fez um dos filmes mais cruéis sobre Hollywood: Crepúsculo dos Deuses.

03. Jejum de Amor (Howard Hawks, 1940)

O grande Hawks faz aqui uma verdadeira joia da comédia romântica sobre a relação de um editor (Cary Grant) com sua repórter (Rosalind Russell), que por acaso é também sua antiga esposa.

02. A Dama de Preto (Samuel Fuller, 1952)

Não necessariamente melhor que Paixões que Alucinam (1963), outro belo filme de Fuller com jornalistas nos papeis principais, nem melhor que Jejum de Amor, nosso terceiro colocado. Mas certamente mais próximo de uma profunda análise da profissão do que os outros dois.

01. No Silêncio de uma Cidade (Fritz Lang, 1956)

O alemão Lang, desiludido com Hollywood, faz este longa sublime sobre jornalistas que se digladiam por uma promoção. Ida Lupino arrasa mais uma vez, e Thomas Mitchell, um dos melhores coadjuvantes da história do cinema, corta nosso coração, de movo que é quase impossível não torcer por ele na disputa, mesmo que ele também tenha seus pecados.

Sérgio Alpendre