Não é uma semana muito animadora em matéria de novidades na Netflix. Exceto pela segunda temporada da série Mindhunter – Caçador de Mentes, sobre agentes do FBI que investigam assassinatos brutais com a ajuda de uma psicanalista, as estreias apontam mais para as apostas do que para confirmações.
Uma das apostas é pelo exotismo. Quantas pessoas conhecem o cinema do País Basco? Pouquíssimas, certamente. Pois uma produção original da Netflix vem da bela região do norte da Espanha. Trata-se de A Pequena Suiça, comédia realizada pelo roteirista e historiador de cinema Kepa Sojo.
A Espanha é um país onde se respira cinema de maneira apaixonada, característica comum a todas as suas regiões, da Catalunha à Andaluzia, de Aragão ao País Basco. Contudo, o cinema espanhol nunca foi muito forte internacionalmente, e os bons diretores tendem a ficar restritos ao consumo interno.
Quando um filme é dirigido por um historiador espanhol, convém arriscar. Pode não ser grande coisa, mas dificilmente será um fiasco completo. Espero não queimar as pontas dos dedos que escrevem este texto, porque a sinopse, convenhamos, não é lá muito animadora. Que nos permita ao menos algumas risadas é o pouco que podemos pedir.
O cineasta e estilista americano (do Texas) Tom Ford fez um belo primeiro filme chamado Direito de Amar (2009). Contudo, seu Animais Noturnos desagradou geral em 2016. Quem quiser arriscar, verá pelo menos o trabalho de um diretor com bom senso estético.
Há ainda as segundas temporadas da série policial indiana Jogos Sagrados e da mexicana A Rainha do Tráfico, cujo título dispensa maiores explicações, mais um punhado de séries que serão testadas pelo espectador. Destaque para a espanhola 45RPM, sobre um produtor de rock madrilenho dos anos 1960, e para a também espanhola (mas do País Basco) Vítima Número 8, ambientada em Bilbao.
Sérgio Alpendre