Exceto por Glow, já comprovadamente uma série de sucesso que estreia hoje sua terceira temporada, as principais estreias desta semana na Netflix são apostas.
É certo que No Good Nick chega a sua segunda temporada com a espirituosa Siena Agudong, e a espanhola As Telefonistas à quarta, oferecendo-nos a oportunidade de tomar contato com uma Madri do passado. Mas estas não se comparam ao chamariz das carismáticas lutadoras capitaneadas por Ruth Wilder (Allison Brie) e dirigidas por Sam Sylvia (Mac Maron).
Em Glow, remake da série de mesmo nome produzida nos anos 1980 em quatro temporadas, Brie mostra todo o seu talento já na audição que abre o piloto, e nos testes para se tornar lutadora conquista definitivamente nosso coração.
Claro que, apesar de algum conteúdo adulto (nudez, por exemplo, além de algumas situações mais grosseiras), o tom geral é de conciliação. E Brie tem com Maron um contraponto ideal na comédia. Cada um nos encanta com seu estilo.
Quem seguiu as duas primeiras temporadas com afinco vai obviamente se deleitar com esta terceira. Até porque os episódios costumam ser um pouco mais curtos que os quase 50 minutos de praxe.
Pena que a Netflix não tenha tido a brilhante ideia de resgatar o belíssimo último filme de Robert Aldrich para completar o pacote das lutadoras: Garotas Duras na Queda (1981) retrata o tema sem qualquer exploração sexual e seu drama é narrado de maneira muito hábil.
Uma aposta interessante pode ser Sintonia, série brasileira produzida pelo canal KondZilla, reputadamente o maior canal de funk do mundo, em sua primeira temporada. A realidade brasileira a um clique, com propaganda maciça até no metrô. Vale conferir.
Entre os longas, o exotismo parece uma moeda no indiano Seguindo o Coração, que está longe de ser o escapismo da Bollywood. Antes, é um drama de crise de relacionamento com momentos sérios. O trailer não é animador. Mas raros são os trailers que são.
A contraindicação é Esquadrão Suicida, de David Ayer. Apesar da personagem de Margot Robbie ser carismática, poucos gostaram do longa em sua estreia nos cinemas. Foi um fiasco profissional para todos os envolvidos, e dificilmente uma revisão mudará esse julgamento. Mas… ei… tudo pode acontecer em revisões.
Sérgio Alpendre